UTOPIAS DE UM EU
Entrego-me aos devaneios que de mim
Fazem parte.
Pensamentos poucos confortáveis... ajeito minha cadeira para esquerda
E logo a TV me faz companhia.
Lá fora a noite esfria.
Sinto uma luta interna se travar,
Os sentimentos rebuscados entram
num conflito nada amigável.
E lá fora a noite continua a esfriar.
Abro meus ouvidos e escuto
meus barulhos,
a sala fica escura... Droga! Preciso de uma cerveja!
Eu tento me abrir, mas não consigo, então
fico um tanto quanto enclausurado em minhas próprias lembranças.
E a fé que eu deveria ter
vai recaindo sob o ralo de um vazio
que pouco diz sobre o meu Eu.
As horas vão passando diante
dos meus olhos acastanhados...
E continuo sem saber de muita coisa.
Agora, exatamente agora,
a TV não mais me adianta,
eu preciso do meu caderno:
Com poucas folhas em branco.
Inicio os repasses com a caneta
de tinta preta,
neste momento, ela e o papel são a minha fuga.
Mas fuga do quê?
Fuga de quem?
De mim? Impossível.