UTOPIAS DE UM EU

Entrego-me aos devaneios que de mim

Fazem parte.

Pensamentos poucos confortáveis... ajeito minha cadeira para esquerda

E logo a TV me faz companhia.

Lá fora a noite esfria.

Sinto uma luta interna se travar,

Os sentimentos rebuscados entram

num conflito nada amigável.

E lá fora a noite continua a esfriar.

Abro meus ouvidos e escuto

meus barulhos,

a sala fica escura... Droga! Preciso de uma cerveja!

Eu tento me abrir, mas não consigo, então

fico um tanto quanto enclausurado em minhas próprias lembranças.

E a fé que eu deveria ter

vai recaindo sob o ralo de um vazio

que pouco diz sobre o meu Eu.

As horas vão passando diante

dos meus olhos acastanhados...

E continuo sem saber de muita coisa.

Agora, exatamente agora,

a TV não mais me adianta,

eu preciso do meu caderno:

Com poucas folhas em branco.

Inicio os repasses com a caneta

de tinta preta,

neste momento, ela e o papel são a minha fuga.

Mas fuga do quê?

Fuga de quem?

De mim? Impossível.

Gleidston de Aragão
Enviado por Gleidston de Aragão em 07/06/2019
Código do texto: T6667251
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