FESTA DO DIVINO EM POÇÕES!
A festa do Padroeiro de Poções, o Divino Espírito Santo, é a mais tradicional da região e uma das mais belas manifestações religiosas e populares da Bahia.
Neste ano de 2019 a festa do divino tem seu pico na sexta-feira (7 de junho PV.) com a ‘Chegada da Bandeira’ às 11 horas da manhã, partindo do bairro Poçoeszinho, postando-se à frente do adro da Igreja Matriz, situada na Av. Cônego Pithon.
A festa compõe-se de Novenas e cultos religiosos, culminando com a "Chegada da Bandeira", quando centenas de cavaleiros e amazonas desfilam pelas ruas principais da cidade ao som de foguetes e bandas de música, parando em frente à Igreja Matriz onde assistem e participam de uma grande Missa Campal, onde são entoados os hinos ao Divino Espírito Santo. Esta é a maior festa do gênero em todo o Estado da Bahia. A Chegada da Bandeira é uma réplica das Entradas e Bandeiras que povoaram o nosso país, fazendo crescer os seus limites. Durante o mês de maio/início de junho milhares de pessoas visitam Poções para participar da festa. Uns vão para pagar promessas, rever amigos e parentes e outros, para curtir a festa profana com bandas renomadas que desfilam pela noite a dentro, principalmente nos 8 dias finais do evento.
Para animação da festa, a prefeitura contrata várias bandas, a praça principal da antiga e centenária igrejinha erigida em louvor ao Divino Espírito Santo fica superlotada e a população participa dos festejos do seu Padroeiro, que acontece no dia de Pentecostes, data móvel, que sempre cai entre o final do mês de maio/início de junho.
A participação popular na Festa do Divino é muito forte e a cada ano cresce o número de visitantes. São milhares e milhares de pessoas de todas as partes do país, filhos de Poções ou não, que se encontram em harmonia com o Divino Espírito Santo, desde a busca do Mastro, as novenas, até a Chegada da Bandeira na sexta-feira que antecede o domingo pentecostal.
HISTÓRIA DA FESTA
A centenária festa do Divino Espírito Santo, é a principal da região, das mais tradicionais em toda a Bahia. Do ponto de vista cronológico, comemorada há mais de um século, datando de 1878, antecede a data de emancipação do município em dois anos.
A Freguesia do Divino Espírito Santo de Poções foi criada pela Lei Provincial nº 1.848, em 16 de setembro de 1878, nomeado seu primeiro vigário o Padre Luis da França dos Santos. A festa religiosa iniciou-se em 1878, com o primeiro vigário.
Desde então, consta de novenas, revestidas de todo o aparato, apesar das queixas da população quanto a atuação de alguns padres e outras autoridades que teimam em descaracterizar a festa ao longo dos anos, sempre com bons propósitos, mas sem o devido conhecimento do que representa uma festa tradicional e a sua preservação histórica. Sem qualquer compromisso com a memória, modificam a festa em sua estrutura, comprometendo A Chegada da Bandeira, ponto mais alto da festa profana, uma réplica que homenageia os bandeirantes que fundaram o município.
DESCARACTERIZAÇÃO
No tempo da Ditadura, (1964/1984), os prefeitos, com a conivência do padre e dos civis, organizadores da festa, mandaram colocar um pelotão de "atiradores" do Tiro de Guerra local para conter a cavalaria (Chegada da Bandeira), alegando que esta seria a maneira de evitarem-se acidentes.
O pelotão desfilava à frente da cavalaria, tornando a festa grotesca, do ponto de vista plástico e tirando o brilho da cavalgada, vez que, a partir de então, o desfile evoluía a passos de cágado, andando e parando... Sem o trotar dos animais e o garbo dos cavaleiros e amazonas que emocionavam até às lágrimas e arrancavam palmas e vivas da multidão... A Polícia Militar também foi, por várias vezes, convocada a colocar-se com seus veículos à frente da cavalaria, sob o mesmo pretexto.
Por último, por inspiração não se sabe de quem, um carro alegórico leva crianças trajadas de anjinhos precedendo a cavalaria... Um verdadeiro atentado às tradições...
A Chagada da Bandeira é uma réplica histórica da fundação do município; seria óbvio que nada que descaracterizasse esta lembrança histórica fosse introduzido na plasticidade da festa...
Há mais de cem anos havia um pavilhão, especialmente construído e ornamentado, onde eram realizados leilões de bens doados pela população para a festa. Além disso, o pavilhão era o principal centro de encontros entre os filhos de Poções e amigos comuns.
A descaracterização da festa é uma barreira cada dia mais difícil de vencer pelas comissões organizadoras do evento, fato que vem tirando grande parte do brilho dos festejos.
Entretanto, algumas obras importantes foram realizadas, visando o conforto dos visitantes, tanto na pavimentação quanto na construção de estruturas de apoio.
Barracas, parque de diversões, muita música, muita cerveja e muito papo — Esta é a parte profana dos festejos.
A parte romântica da festa foi totalmente engolida pela necessidade de se fazer carnaval; e isto é uma pena...
Há um movimento crescente, de parte da comunidade, no sentido de resgatar algumas tradições que a modernidade foi deixando para trás. É lógico que este trabalho demanda cuidados, mas já é um ponto de partida para o resgate reclamado por importante segmento da sociedade poçoense.
O ENCONTRO
Há alguns anos, por inspiração de alguns poçoenses ali residentes e outros, que vivem em outras plagas, tendo à frente Pedro Silvino e Lulu Sangiovanni, faz-se o ENCONTRO num baile regado a papos, beijos e abraços ao som de bandas de músicos poçoenses e que é a principal atração no sábado, desta feita, 8 de junho. As camisetas da festa já estão disponíveis e podem ser reservadas através do FACE com a página de VELHAS FOTOGRAFIAS DE POÇÕES ou diretamente com Pedro Silvino Longo. Reserve sua camisa e reveja os amigos tão caros, uns contemporâneos outros mais jovens, tudo sob as bênçãos do Divino Espírito Santo. BOA FESTA DO DIVINO, AMIGÃO!
Festa do Divino
Autor: Ricardo De Benedictis