RELAÇÕES DE PAZ
RELAÇÕES DE PAZ
Nós somos seres de relação. Somos criados à imagem e semelhança de Deus que também é relação por excelência. Haja vista a Santíssima Trindade: um Deus em três pessoas, se comunicando em pleno Amor.
Esse mesmo Deus, também, sentiu e sente necessidade de se relacionar, de fazer experiência conosco. Primeiramente o fez pela Criação, depois através dos profetas. E na plenitude dos tempos enviou seu próprio filho para nos pacificar. Hoje sua voz se faz ouvir através da inspiração do Espírito Santo tanto na Igreja, quanto no Mundo.
Para haver relação, comunicação, experiência, entendimento, conhecimento e compreensão são necessários dois agentes, duas pessoas, dois seres. Um que age e outro que reage. Por isso Deus precisa de nossa resposta, da nossa reação, da nossa oração. A ausência da prece, seja de agradecimento, perdão ou pedido de ajuda, é uma declaração explícita da nossa auto suficiência, tão condenada por Deus desde o princípio, no Gênesis.
Assim, também, acontece entre nós: como esposos, pais e filhos, irmãos, amigos, pobres e ricos, professores e alunos, médicos e doentes, atores e público, padres e fiéis, vendedores e compradores. Precisamos nos sentir necessários e acolhidos. Precisamos conviver para crescer, complementar para somar. Porque um não existe, não vive, não acontece sem o outro.
E tantas vezes nos sentimos excluídos, rejeitados, sobrando mesmo. Um sentimento por demais doloroso e até doentio. Isto acontece tanto na família, como no trabalho, na Igreja, enfim, na sociedade como um todo.
Falta hoje, como aos primeiros homens, um pouco de sensibilidade, de delicadeza ou até respeito na relação com o outro.
Deus deu tudo: a natureza pródiga e harmoniosa, a saúde sem doença, a beleza sem velhice, a fartura sem trabalho, a comunhão sem ruptura e a vida sem a morte. E o homem, o que fez? Reagiu de forma infantil, imatura, com orgulho e desobediência e aconteceu o caos, a desordem.
Hoje, como outrora, para evitar o sofrimento e a separação precisamos estar atentos às dádivas na nossa vida. De reconhecê-las, valorizá-las, amá-las sem medida, sentindo sempre a necessidade do outro, enquanto há tempo.
Porque o tempo passa e passa muito rápido. De repente o tempo vira saudade como o Céu é uma saudade do Paraíso perdido no Tempo.
Mas há de haver sempre o perdão nas nossas relações porque não há paz sem perdão, já que somos todos limitados e seres de conflitos desde o nascimento.
E nosso Deus que é a Sabedoria, deixou-nos o exemplo. Amou-nos e perdoou-nos por primeiro e sem restrição alguma, para que sejamos felizes, muito felizes.
Terezinha Domingues, 12 janeiro 2004