RUPTURA (Phellipe Marques)

Toda poesia nasce de uma ruptura.

Sem ruptura não há inspiração, nem verso, nem turbilhão.

E cresce em meio à confusão, corpo que cai no vazio da solidão.

Todo verso do sentir e as notas do saber sentir são manifestações da pureza da alma sonhadora.

Surge à minha frente a luta diária, o ardor da conquista, a resiliência que supera a derrota.

Tanto há de se fazer.

Buscar viver.

Sentir; fugir à terras distantes perante o ordinário afazer de pessoas comuns.

Por que não ouvem o que ouço?

Por que não sentem o que sinto?

Não enxergam as cores do movimento.

Não percebem as luzes daquelas cores.

Por quê? Por quê?

Saltem para o céu.

O mundo tem outros significados.

O amor tem suas amplitudes; a grandeza, minha visão.

A arte que me consome também me alimenta, não me deixa embrutecer.

A arte que me eleva reduz-se em nota, verso e único acorde.

A arte que me preenche, a que me faz melhor.

A catarse ideal entre o ser e a canção.

Nasce a ruptura; enche o coração e, quase que instantaneamente, a alma de ilusão.

Por fim, quase que inevitavelmente, um verso, uma paixão.

Amor.

Poesia.

Ilusão.

Phellipe Marques
Enviado por Phellipe Marques em 04/06/2019
Reeditado em 04/06/2019
Código do texto: T6664705
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