É COMO SE JÁ SABE: "PAU QUE NASCE TORTO... MORRE TORTO"
E assim se fez:
A pular de trampolim... a trampolim... com prazer
Até chegar no lugar onde agora s'encontra
A que andou nas surdinas nas penumbras dos alheios olhos
E quanto brindou com suas mãos sujas e nefastas!
A segurar as taças em que nelas s'estava o néctar de seu caráter
Enquanto suas bocas já teciam os prelúdios d'outras tramoias
Visto ser este o seu pão de cada dia na compulsão de desta forma se ser
Mas, para que melhor m'entendam, serei então mais claro:
É como se afirma o conhecido ditado:
"Pau que nasce torto... morre torto"
De sua podre alma a que em si em tal grau a estragava
Qual febre no auge do calor em que a queimava
Da maldita infecção a devorá-la por inteiro
E, portanto vede a qu'então se tornara!
E no início, já nos primeiros anos da escola, colava nas provas
E passava... sem problemas!
Na satisfação pelo que tão bem "a coisa funcionava"
E deste modo persistia... em sua "distinta" conduta
Afinal, "ninguém me via em meu delito... em meu doce pecado"
(ao que se pensava... e neste seu credo, eis que a ele s'entregava)
Foi seu primeiro salto!
Chegou-se então a adolescência
Da lepra a se alastrar ainda mais em sua moléstia
Pelo que pouco lhe importava o dano a que a outro lhe fazia
E quanto ria pelo mal que lhe causava e o feria!
E destarte prosseguia em sua índole
A que cometia pequenos furtos nos supermercados e mercearias
Ao que também, refletidamente, não devolvia nenhum produto
(do que roubava no prazer de sua liberdade a que se fazia)
Menos ainda os livros a qu'então lhe emprestavam
Ah! De form’alguma!
Afinal, era de seu feitio... de sua torpe natureza
Oh! Quanta felicidade a se sentir em seu gozo!
O segundo salto!
E finalmente hoje é "homem feito"!
Fase adulta (ou adúltero em sua individual e social essência)
E, no atual tempo, não sei como, torna-se "nobre" cidadão do mundo
Eleito pelo povo (a que cegamente lhe confiava):
Na verdade, um político... corrupto, todavia, a s'estar lá em cima
(no topo do mundo... aonde ele tão bem pretendia e queria)
Acima de todos... acima de tudo... e até mesmo da Lei
Afinal, é ele o autor das leis... e igualmente, o dono... da Lei
É ele quem dá as cartas!
E, por isso, como um cavaleiro, assentado acima do dorso dos burros
Isto é... de todos nós... ingênuos e anônimos transeuntes da vida
O terceiro salto!
E assim, foi sua trajetória!
A pular d'um trampolim... para o outro
Do aluno levado na escola... ao adolescente malandro
Do jovem pervertido urbano... ao adulto velhaco das esquinas
Do "amadurecido" ser... ao bandido corrupto de paletó e gravata
A que hoje é vereador... prefeito... deputado... senador... Presidente da República...
Frutas podres... no pomar do mundo!
Ou d'outra forma, com novas fantasias, todavia em su’essência a ser:
Pastor de igreja, (ou padre... ou cardeal), “cartola” de time de futebol...
(estes maníacos pelo poder... idólatras por dinheiro sujo)
E por aí vai...
(pelo que só mudam as vestes... mas a natureza...!
ah! sem palavras para se comentar...)
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04 de junho de 2019