CONDENADOS E SEGUIDORES.SEUS DESTINOS.

Nada se concebe além da inteligência dos gênios. Tudo há de restar aquém dessas certezas dentro das incertezas interrogativas. Ninguém de real consciência pode ou deve achar que os genocidas da história como Stalin, Lenin, Hitler, Mussolini, Fidel Castro, Guevara e tantos outros tem paz cristã nos céus da eternidade. Não se alcança a paz matando e suprimindo liberdades. Sob nenhuma motivação é admissível abater o sagrado.

Os condenados, os que aplaudem condenados pelo tipo penal “apologia do crime”, como se vê às largas hoje em variados lugares, embora em números acanhadíssimos (pois o mal não supera o bem, e não é necessário, como na escola tomista), têm as reservas espirituais identificadas destinadas a essas almas desde Platão, tratadas de forma significativa e tormentosa, à espera da execução de suas penas . Mas elas começam aqui como se pode constatar. Pagarão de inúmeras formas.

Dante Alighieri foi rigoroso no segundo monumento literário do mundo depois da Bíblia, “A Divina Comédia”. O autor descreve a “Quinta Bolgia”, destino dos corruptos. Estão submergidos em um lago de espesso piche fervente. Os que tentam ficar com a cabeça acima do caldo são torturados por demônios que os dilaceram. Na existência terrena tiraram proveito da confiança que a sociedade neles depositava; no inferno estão submersos, pois suas trapaças eram feitas às escondidas.

NA “Sétima Bolgia” estão os ladrões que têm seus corpos roubados constantemente por serpentes, atravessando-os e desfazendo seus traços humanos. Essa a pena para quem usurpou, se apoderando em vida do que não era deles. As serpentes se apoderam de suas identidades. Parece que já ouvimos uma dessas analogias.

No nono Círculo, chamado de “Esfera da Antenora”, sinaliza Dante a pena dos traidores de sua pátria. Também estão submergidas as almas desses que abraçaram a traição, somente as cabeças de fora, mas no gelo.

De outro passo, pena e castigo de criminosos depois da morte, não teve escolas de tratamento no período clássico. Platão, nos idos dos anos 300/400 AC, foi o mais espiritualista dos clássicos filósofos gregos, um espírita dos dias atuais, de forma diversa discutindo Deuses, a alma, sua destinação após a morte. Em Fedro, basilar obra, discutia o problema de justificar o sofrimento dos bons e a prosperidade dos injustos. O nome da obra se dirige a um dos personagens principais do diálogo, fluente com Sócrates. São considerados temas como a alma, a loucura, a inspiração divina, e a entrega à arte. Tudo focado na alma e na possibilidade de reencarnar, "uma vida futura é vista como ápice da justiça divina inexorável", dizia. Isto em 1304/1308, quando teria sido escrito.

Seguia de alguma forma o Inferno de Dante cominando a “prosperidade dos injustos”. Pagam aqui desde já por ordem natural pelos juízes instituídos sentenciados, em missão a que todos têm na passagem terrena, cada um em seu mister. E pagam depois no vaticínio dos gênios a que nada pode se opor.

Em dois livros, “A República” e “As Leis”, deixa pacífico seu pensamento a respeito do crime e das penas.

Em “As Leis”, obra jurídica do filósofo, aponta o crime, afirmando-o como uma patologia; uma patologia que contava com três causas: as paixões, a procura do prazer e a ignorância.Paixão ligada à condição da alma humana, que altera desejáveis condutas. Prazer circunscrito àquela, encampando tudo que é desejado por meio de persuasão e engano.

Paixão e prazer, segundo o filósofo podem ser superadas. Mas, não é possível superar a ignorância. Conhecemos personagens com esses traços de perto. Como se diz no popular, é uma tragicomédia.

Os mitos platônicos e a destinação das almas se situavam em que o justo merece depois da morte um prêmio e o injusto um castigo.

Segundo sua posição, havia julgamento para a alma e prisões correcionais para a alma pelo que fizeram na terra, no sentido de cumprirem os faltosos a pena cominada, enquanto outras almas pela sentença, são conduzidas para determinado céu, onde levam uma vida digna do que a anteriormente vivida sob forma humana. As penas se cumpriam embaixo, castigo em corpo.

Estamos assistindo por aqui essas ocorrências. A porta do desconhecido reserva surpresas. Em nenhum plano há efeito sem causa. Isso é de simplicidade meridiana.Ninguém que distribuiu morte e agonia teria como retorno paz e flores em nenhum espaço do Cosmos. Não se dorme o sono dos justos sobre cadáveres e aflição disseminada.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 03/06/2019
Reeditado em 03/06/2019
Código do texto: T6664020
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