UNIVERSIDADE HONESTA E HARMÔNICA

Educar um filho custa caro. Investir nele não é só sabê-lo na escola e lhe dar boa mesada para pagar as contas. Tem que cobrar-lhe notas e saber onde está gastando. Tem alunos do interior que vão para a capital estudar e caem na farra. Não custa os pais fiscalizarem, serem linha dura e manterem estes filhos sob rédeas curtas. Bons filhos até dão um jeito de trabalhar para ajudar. E os pais devem conscientizá-los de que dinheiro não nasce em árvores. Assim é o governo com as universidades. É o provedor, mas deve fiscalizar e ter controle para não ter desperdício. Nada de reitor ser Deus, e universidade ser equiparada a Estado soberano. Como ser soberana se é subsidiada? Tem sim que prestar contas ao papai e deixar o papai entrar para ver se está tudo bem, salas e corredores limpos, alojamento com as camas arrumadas, laboratórios funcionando e pesquisas sendo feitas com resultados sociais e para os patrocinadores. Se tudo estiver indo bem, daí sim merece um tapinha nas costas, um coraçãozinho escrito "amei" e um investimento gradativo na manutenção e ampliação dessa universidade. Ela tem que ser harmoniosa, limpa, charmosa e competitiva para merecer a alegria e orgulho do papai e da mamãe, além de dar exemplo para os irmãozinhos mais novos, né? De minha parte, sendo assim, não há dinheiro que pague um investimento desses, é o melhor investimento que podemos fazer, sendo pai ou nação, é em Educação. Não tenham dúvidas. Mas há que se garantir que reitores, professores e alunos, deem o mais alto retorno em menor tempo, ou, pelo menos, que não se perca tempo nem dinheiro. Afinal, dinheiro não nasce em árvores... E menos ainda o público, que sai de nossos bolsos. Né?

Armand de Saint Igarapery - crônicas no Face e no Recanto das Letras - 02.06.2019