UM RÁDIO PORTÁTIL

Então,no fim dos anos cinquenta,uma das professoras chegara do centro da cidade para a "Escola Isolada da Vila São João" (Êta! denominação melancólica essa,né?) trazendo a novidade:
Um rádio portátil (nem tanto,dado o tamanho da coisa)
Oh !... Foi a reação das professoras que a acompanhavam
Ohhhhhhh !!!...(Em dose cavalar) Foi a reação da jacuzada (à cuja confraria eu me integrava),vendo pela primeira vez,ao vivo e a cores (o rádio era laranjado) a novidade do momento.
-Comprei pilhas rai o vac - proferiu a mestra - por não encontrar as "pilhas do gato" que são bem mais potentes.
-Siiiiim ! Gatos têm sete vidas, disse outra das deslumbradas,toda mediosa.
Esparramdos,literalmente,no gramado, aproveitamos,as mestras e nós,para "lagartearmos" ao sol tépido de fins de junho.
A dona do rádio tentava num esforço concentrado,sintonizar a Difusora. Rádio local e única em nossa cidade.
De repente...Consegue a façanha.Para sua alegria,a música que tocava naquele momento era "o sucesso do momento,a coisa mais linda,aquela que mexe com o coração da gente, canção que emociona,e blá...blá...blá...,segundo suas palavras.
A seu pedido,fizera-se silêncio.
A música rolou e provocou alguns ciscos nos olhos das professoras.
À nós...Naquela altura de começo de campeonato,não foi levada muito em conta.Mas o rádio "moderníssimo!" Ah! Esse foi assunto para o entorno da mesa durante o jantar com a família.

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PS. As vezes,minha porção "nhenga" sobressai e percebo-me um "nhengo" elevado à segunda potência,expondo estas minhas tolas reminiscências,mas...
parafraseando Gal Costa: "Eu nasci assim,eu cresci assim,vou ser sempre assim..."
Deve ser minha sina.

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https://www.youtube.com/watch?v=R3DL4Caekng