A marcha.
Manhã ímpar, sombreando o natural. A aurora irrompeu numa velocidade fora do normal. Ao longe se avistam transeuntes desligados, conectados com seus afazeres, no comum. De repente alguns chamam atenção de outros que se voltam com avidez tal e, por vezes, surpresa. À frente, a razão, em seguida, soluços...
Ao som de passos descompassados, amarrados por um querer ou não querer! O chão banhado com o lubrificante natural vertendo dos olhos, cambaleando pelos rostos, corpos até marca-lo. O querer não querer aumenta à medida que o sentido avisa que o destino se aproxima e, para frear este alvo, os descompassos também aumentam. Portas iniciam uma descida rápida, se inclinando e permitido, por um momento, que as atenções sejam voltadas para a via de acesso. Ao mesmo tempo, que se deseja prolongar o percurso, deseja-se descansar de um caminho que, dantes, não se interessava iniciar.
Na chegada, os portais estão de braços estendidos permitindo a passagem e indicando o sentido a ser seguido; a apreensão toma conta do ar. Prostrados, as palpitações aceleram, os prantos se acentuam tal, que se aproximam a gemidos de dor!
Do lado de fora, a volta está à espera; onde há dispersão dos membros que outrora foram parte de um adensado. Olhares voltados para o chão, outros para trás, buscam um consolo ou uma lembrança; e a saudade apertando ao mesmo compasso do distanciar! Esta marcha incomum não se deseja trilhar; àquela que só a saudade faz companhia na volta e faz morada para sempre.