MITO DA TRANQUILIDADE DO INTERIOR

Domingo, 20 horas. Saímos para saborear algo. Tudo deserto. Ninguém na rua, muito menos policiamento. No cruzamento, sinal vermelho. Paramos. Daí surgem dois indivíduos, de bonés, olhos escuros. Um bem à frente do veículo, outro ao lado. Ambos com enormes pedras na mão. E gritam. Abaixa o vidro...Abaixa o vidro...Não estavam armados. Só com as pedras...Passe o dinheiro, passe o dinheiro, gritavam...Dei-lhe uma cédula. Sumiram na escuridão. Ainda bem, pensei. Poderiam ter levado o carro, a carteira, o celular..

Imaginei. Se tivesse armado e atirasse num deles e o matasse. Enfrentaria inquérito policial e seria processado por ter atirado em alguém desarmado?

MAS HÁ COISAS BOAS NO INTERIOR

Há dezenas de anos corto o cabelo no salão do Donizete na Oswaldo Cruz. Não só por ele ser excelente profissional mas principalmente por ele ser um bom bate –papo, estar sempre bem informado sobre o que ocorre na cidade e colocar à disposição da clientela inúmeras revistas.

E a filosofia de vida dele faz inveja a muita gente. É aproveitar a vida enquanto pode. Assim, vem trabalhar de moto e viaja longa distância para espraiar e apreciar as paisagens.