Trocou seu nome naquela data. Não tinha aliança nos dedos, nem participou de cerimônia reservada com janelas abertas, pagando pela sentença de prisão sentimental pelo juiz (casamento). Emoção não lhe cabia no peito. Depois de cinco anos, o coração acelerado era uma espécie de bomba-relógio que se juntava ao suspiro ofegante e aos olhos marejados, simulando uma cachoeira. Esta era a imagem mais perfeita para traduzir seus sentimentos. Olha como passou o tempo....
Sua luta foi a maior conquista. Mas hoje, era o dia comemorar e não de rememorar as dores que a tinham embalado até aquela vitória. O tempo foi seu aliado, dando a ela a maturidade necessária para enxergar o amanhã, mesmo dando ainda, o primeiro passo.
Lembrou-se do primeiro dia na faculdade e das vezes que renunciou à sua própria dignidade para experimentar aquela sensação inexplicável: biscoito no ônibus, lanche partilhado, coração desapegado.
De longe avistava o pai, a mãe, a família, como se estivessem acenando uma melodia que tocava no seu coração como uma sinfonia de Beethoven.
No coração palpitante, as batidas davam tom pra uma escola de samba. Um pandeiro resumia o seu sorriso na batida, o berimbau trazia o tom mais exuberante e mágico.
Naquela beca preta, seus sonhos eram embalados em caixas de obrigação que serviriam para a moral e ética, pois acreditava que ser “voz de” era a sua missão.
O alcance daquela vitória jamais poderia ser problematizado usando um cálculo algébrico ou uma equação numérica solucionável pela engenharia. Era mais, e não podia experimentar atraso para aquele evento.
Vestiu-se com traje da gala, calçou seu scarpin dourado, colocou a faixa vermelha na cintura e subiu as escadas do salão, que simulavam a ascensão ao céu.
Recebeu o canudo e ao tirar a fotografia sentiu uma espécie de cafuné na alma: valeu a pena! E desceu as escadas como se o mundo a esperasse para abraçá-la...
Sua luta foi a maior conquista. Mas hoje, era o dia comemorar e não de rememorar as dores que a tinham embalado até aquela vitória. O tempo foi seu aliado, dando a ela a maturidade necessária para enxergar o amanhã, mesmo dando ainda, o primeiro passo.
Lembrou-se do primeiro dia na faculdade e das vezes que renunciou à sua própria dignidade para experimentar aquela sensação inexplicável: biscoito no ônibus, lanche partilhado, coração desapegado.
De longe avistava o pai, a mãe, a família, como se estivessem acenando uma melodia que tocava no seu coração como uma sinfonia de Beethoven.
No coração palpitante, as batidas davam tom pra uma escola de samba. Um pandeiro resumia o seu sorriso na batida, o berimbau trazia o tom mais exuberante e mágico.
Naquela beca preta, seus sonhos eram embalados em caixas de obrigação que serviriam para a moral e ética, pois acreditava que ser “voz de” era a sua missão.
O alcance daquela vitória jamais poderia ser problematizado usando um cálculo algébrico ou uma equação numérica solucionável pela engenharia. Era mais, e não podia experimentar atraso para aquele evento.
Vestiu-se com traje da gala, calçou seu scarpin dourado, colocou a faixa vermelha na cintura e subiu as escadas do salão, que simulavam a ascensão ao céu.
Recebeu o canudo e ao tirar a fotografia sentiu uma espécie de cafuné na alma: valeu a pena! E desceu as escadas como se o mundo a esperasse para abraçá-la...