ALMA DEMAIS.

Estou almoçando com vários amigos, pessoas de muita intimidade, um encontro mensal. Giram pela roda das interlocuções variados assuntos.

Falo sobre inconveniências dos que se valem do Poder institucional e conto alguns casos, um deles de alguém que me telefonou às 7,30 hs da manhã, me acordando, e atendendo fiquei surpreso com a inconveniência do pedido e da falta de educação em telefonar a essa hora. Dei o devido tratamento na minha esfera ao pedido pela tarde.

Um dos amigos disse, "eu não atendo a essa hora". Respondi, mas pode ser um filho, filha, urgência de família. Ele respondeu, "se vire".

Eu lhe disse, "não sou assim".

Lembro de João Monteiro, um clássico de nossa língua portuguesa que acabei de referir para um amigo do Recanto em comentário.

Dizia ele: “Quando me tenho analisado, o que sucede em horas de preguiça, que é a minha única forma de reflexão filosófica, descubro que tenho alma demais, e ser-me-ía de maior utilidade se a tivesse de menos”.

Ninguém quer ter alma (sentimento) demais ou de menos, nascemos

assim, demais ou de menos em amor, principalmente o incondicional, com filhos, netos, próximos, amigos. Disponibilidade espiritual que se traduz em várias solidariedades é alma, demais ou de menos.

Quem tem demais sofre demais. Quem tem de menos já está meio sozinho "demais".

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 30/05/2019
Reeditado em 30/05/2019
Código do texto: T6660943
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