Ruído de Comunicação
O ruído de comunicação não se conceitua. Faz diagnóstico. É caracterizado por choque cultural. A informação que deveria ser sucinta e transparente fica distorcida. No Recanto das Letras, temos ao dispor ícone para bloquear outro usuário por causa de um comentário recebido. Na maioria das vezes, cria-se velada inimizade apenas porque o comentário foi mal interpretado por quem o recebeu e houve ruído de comunicação por quem o enviou. Mergulho no soneto que leio e faço um comentário dizendo como imagino que o enredo do texto iria se desenrolar, porém o escritor não se obriga a desvendar o fruto de minha imaginação e pode interpretar que aquele comentário que fiz apenas literalmente e acha que eu me dirigi à sua própria pessoa, na qualidade de poeta, aí mete um click e bloqueia o incauto comentarista. Certo é que não há culpados. Houve ruído de comunicação. O comentário ficou truncado, dando margem a mais de uma interpretação. O Fake News se origina assim. A mulher fala que vai dá chumbinho. Quem lê, interpreta que vai dá veneno. Na verdade, chumbinho é o nome do cachorro. A mulher fica com fama que deseja envenenar o homem. Aí, o homem que era namorado vira marido, quando a notícia vai ganhando bocas e línguas. Aqui no Recanto das Letras existem poetisas e poetas que se especializaram em fazer comentários analíticos, claros, coesos e despoluídos. A técnica é eliminar ruídos de comunicação. Há alguns meses vim de Minas Gerais para o Estado de Goiás. Como era de se esperar, houve choque cultural. Percebi a dificuldade que colocam e a insistência em não enxergar a simplicidade das coisas. Acontece também em Minas Gerais. O diálogo se estende por causa de embates desnecessários. Quem lhe pede um conselho não tem paciência para ouvi-lo. A conversa destrambelha pra outro lado. É necessário eliminar os ruídos de comunicação. Exercitar um linguajar simples. Acessível a todos. O teu intelecto é medido pela facilidade em comunicar-se. O delegado de polícia não pode ir à televisão dizer que tem uma notícia “alvissareira” – ninguém vai entender. O promotor de justiça não pode perguntar à vítima se o seu capacete foi “subtraído” – a vítima não vai entender. O jornalista do noticiário não pode dizer que na rua passavam “transeuntes” – ninguém vai entender. O bombeiro não pode dizer que no hidrante não tinha “carga” – ninguém vai entender. Se o delegado diz que vai ser inaugurado o posto policial, o ouvinte ficará satisfeito – ele não quer saber de alvissareira. Se o promotor pergunta para a vítima quem pegou o capacete, ela entenderá – ela não vai entender subtraído. Se o jornalista disser que na rua passavam pedestres fica fácil de entender. Se o bombeiro diz que não havia água no hidrante o telespectador vai entender. Nas nossas conversas diárias a mesma coisa. Se a conta de energia chegar e eu escondê-la ela não vai ser paga. Se a conta de energia não for paga a energia vai ser cortada. Se eu não providenciar o pagamento de todas as faturas em aberto a energia não vai ser religada. Dentro dessa lógica, acaso haja ruído de comunicação, a casa vai ficar mais tempo sem energia e haja banho de água fria... Então, estimadas e estimados, o ruído de comunicação cria esses embaraços. Causa até prejuízos. Mas o que não podemos aceitar é que ele cause inimizades!
O ruído de comunicação não se conceitua. Faz diagnóstico. É caracterizado por choque cultural. A informação que deveria ser sucinta e transparente fica distorcida. No Recanto das Letras, temos ao dispor ícone para bloquear outro usuário por causa de um comentário recebido. Na maioria das vezes, cria-se velada inimizade apenas porque o comentário foi mal interpretado por quem o recebeu e houve ruído de comunicação por quem o enviou. Mergulho no soneto que leio e faço um comentário dizendo como imagino que o enredo do texto iria se desenrolar, porém o escritor não se obriga a desvendar o fruto de minha imaginação e pode interpretar que aquele comentário que fiz apenas literalmente e acha que eu me dirigi à sua própria pessoa, na qualidade de poeta, aí mete um click e bloqueia o incauto comentarista. Certo é que não há culpados. Houve ruído de comunicação. O comentário ficou truncado, dando margem a mais de uma interpretação. O Fake News se origina assim. A mulher fala que vai dá chumbinho. Quem lê, interpreta que vai dá veneno. Na verdade, chumbinho é o nome do cachorro. A mulher fica com fama que deseja envenenar o homem. Aí, o homem que era namorado vira marido, quando a notícia vai ganhando bocas e línguas. Aqui no Recanto das Letras existem poetisas e poetas que se especializaram em fazer comentários analíticos, claros, coesos e despoluídos. A técnica é eliminar ruídos de comunicação. Há alguns meses vim de Minas Gerais para o Estado de Goiás. Como era de se esperar, houve choque cultural. Percebi a dificuldade que colocam e a insistência em não enxergar a simplicidade das coisas. Acontece também em Minas Gerais. O diálogo se estende por causa de embates desnecessários. Quem lhe pede um conselho não tem paciência para ouvi-lo. A conversa destrambelha pra outro lado. É necessário eliminar os ruídos de comunicação. Exercitar um linguajar simples. Acessível a todos. O teu intelecto é medido pela facilidade em comunicar-se. O delegado de polícia não pode ir à televisão dizer que tem uma notícia “alvissareira” – ninguém vai entender. O promotor de justiça não pode perguntar à vítima se o seu capacete foi “subtraído” – a vítima não vai entender. O jornalista do noticiário não pode dizer que na rua passavam “transeuntes” – ninguém vai entender. O bombeiro não pode dizer que no hidrante não tinha “carga” – ninguém vai entender. Se o delegado diz que vai ser inaugurado o posto policial, o ouvinte ficará satisfeito – ele não quer saber de alvissareira. Se o promotor pergunta para a vítima quem pegou o capacete, ela entenderá – ela não vai entender subtraído. Se o jornalista disser que na rua passavam pedestres fica fácil de entender. Se o bombeiro diz que não havia água no hidrante o telespectador vai entender. Nas nossas conversas diárias a mesma coisa. Se a conta de energia chegar e eu escondê-la ela não vai ser paga. Se a conta de energia não for paga a energia vai ser cortada. Se eu não providenciar o pagamento de todas as faturas em aberto a energia não vai ser religada. Dentro dessa lógica, acaso haja ruído de comunicação, a casa vai ficar mais tempo sem energia e haja banho de água fria... Então, estimadas e estimados, o ruído de comunicação cria esses embaraços. Causa até prejuízos. Mas o que não podemos aceitar é que ele cause inimizades!