O ADEUS A LUCAS DIAS
O ADEUS A LUCAS DIAS
Miguel Lucena
Flores brancas para perfumar o caminho de paz e serenidade de Lucas de Castro Dias para a eternidade. Flores levadas por jovens da mesma idade que ele, alguns até mais novos, como o irmão Bruno, misturados a ex-governadores e procuradores jurídicos do Distrito Federal, senadores e deputados, em uma despedida sem desespero, pela consciência de que a morte é consequência da vida.
Da capela 6 ao túmulo, a caminhada foi de lembranças deixadas por Lucas na curta convivência com os amigos e familiares.
Nas palavras de Thamar Dias, a emoção de quem trouxe o filho ao mundo para ser generoso com os semelhantes e a prova de generosidade de não querer que nenhuma mãe sentisse a dor que dilacerava seu peito.
À beira da sepultura, em vez de choros, canções. "Para que chorar o que passou, lamentar perdidas ilusões? Se o ideal, que sempre nos acalentou, renascerá em nossos corações!", cantava a mãe, abraçada aos irmãos.
Os amigos lembravam das brincadeiras. Quem vai buscar o Bruno nas festas juvenis? Todos vamos! Está criado o grupo de Whatsapp "Irmãos do Bruno", diziam os jovens, consolando o irmão de Lucas.
Eu mesmo me lembrei de quando um motorista de transporte escolar sumiu com o poodle de Lucas. O menino chorava sem parar e pediu à mãe para acionar o amigo delegado. "Miguel acha o meu cachorro, mãe, tenho certeza!".
Foram dois dias de diligência, até achar o poodle e parar o choro do menino-prodígio.
A professora do Jardim de Infância, Vilma Lino, gritou:
- Viva Lucas Dias!
- Para sempre em nossos corações!