UM DIA DE DOMINGO e RESTAURANTE PEREIRA
Durval Carvalhal
Durval Carvalhal
Domingo, 26 de maio, dia em que pessoas estavam dispostas a participar das manifestações políticas por todo o País, dado vida e vitalidade à doutrina democrática.
O Farol da Barra, palco do histórico evento, estava em festa. Cidadãos diversos, de todas as idades, e até cadeirantes, caminhavam, orientados por um trio, até o Cristo.
Finda a manifestação, no meio do caminho, quatro jovens de Plataforma, periferia de Salvador, faziam uma festa rítmica alegre e comovente. Alegre porque davam um show de ritmo que todos a encantava; comovente, porque a exibição era primorosa, tangenciava a perfeição.
Eram verdadeiros malabaristas; verdadeiros Pelés na execução dos seus instrumentos. Eram só alegria. Ei-los: Tiago, no repique; Werson, na marcação; Randel, na caixa e Edson, no fundo.
Caminhando até o Porto da Barra, relembrei-me dos velhos tempos de jovem intrépido, que nadava até alcançar os barcos atracados bem distantes da praia, cujos nomes eram Primeira Amarração e Segunda, mais adiante, Segunda Amarração.
No Porto, há vários bares e restaurantes, mas nenhum deles se aproxima do Restaurante do Pereira; lugar agradabilíssimo, tato na área climatizada, quanto na área aberta, uma espécie de varandão, toda arborizada.
Ao sentar-nos, o chef, de origem portuguesa, ofereceu-nos, para degustar, um vinho português, “José de Souza” e um vinho espanhol, “Artero”, ambos leves e deliciosíssimos.
O buffet, como sempre saboroso; comia-se e bebia-se de tudo. Na rua, banhistas caminhavam para os dois lados. Os macaquinhos desciam das árvores e um chegou a ficar na minha mesa à espera de um pedaço de bolo.
Um dia belíssimo, inesquecível, cheio de ternura e felicidade. A poesia, onipresente, emocionava o instante, chegando ao apogeu na medida em que o mar, calmo e azulado, disputava ‘azulidade’ com o céu ensolarado e completamente livre de manchas brancas.