Pequenas histórias 184
Lágrimas rolam
Lágrimas rolam no asfalto de plástico e o pássaro artificial canta seu canto mecanizado. Pingos de cristais pálidos, as lágrimas se estilhaçam ao cair furando o asfalto como lâminas de sangue. Esborrifa aroma podre aos que estão perto, aos que não ouvem o grito da baleia embalada nas redes da morte. O sal escurece a sombra pela falta de memórias que serão armazenadas em alfarrábios modernizados operantes ao simples clique.
Prisioneiras crianças brincam ao sabor de pais assassinos onde as balas perdidas violam a paz sibilando a morte em cada passo nosso no dia-a-dia.
Amém.