Sob os véus do esquecimento

Quando a noite cai, caminho descalço, olhos fixos no céu. Diante o universo relembro as intermináveis batalhas que derrubaram meus véus de ilusão. As estrelas, a lua e as nuvens são testemunhas silenciosas do meu pensar, nele alço voo e chego aos campos Elísios de mim, ali não há o que saber, só sentir. Encarnar na terra, ocupar um veículo humano, é um ato compulsório. As leis aqui obrigam os seres ao sofrimento como forma de redenção de crimes passados. Outra lei obriga o esquecimento deste passado, desta forma o indivíduo é autêntico em suas ações, ao julgar que não é monitorado e que é livre, por desconhecer sua prisão. A indisciplina diante as leis naturais do presídio leva à intensificação do sofrimento. Tudo na terra tem um preço. A morte é uma pena compulsória e ilusória para seres imortais em espírito. O pagamento deste preço é sempre em sofrimento. Ele pode ser parcelado de quantas vezes a alma julgar necessária. Pode-se atrasar algumas parcelas, mas só vai piorando as coisas, porque a dívida não será perdoada. Aí, se responde uma pergunta de sempre. Uns sofrem mais que os outros ou porque dividiram em menor número de prestações ou porquê estão pagando os atrasados. As penas impostas, as cotas de sofrimento, tem agravantes e atenuantes.

Agravantes

Rebeldia, não aceitação da lei natural, ódio, intolerância, arrogância, coração duro entre outras.

Atenuantes

Perdão, amor incondicional e altruísmo são as mais relevantes. Quando estas três atenuantes estão presentes na vida de um ser, ele encontrou o caminho, a chave da sua própria libertação. Nesta altura de sua jornada, antes de ser liberto, já estará trabalhando na libertação de outros, isso porque não se é libertado sozinho, só em grupos. São os grupos de almas.

sendoluzmaior
Enviado por sendoluzmaior em 26/05/2019
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