A madeira

Rocha era um bom homem. Estava entrando na casa dos trinta anos, entrados numa paz que desejava ser inveja e poderio de muitos. Ele era marceneiro, e tinha dois lindos filhos, chamados Jonatas e Fidalgo. Jonatas seguiu o caminho do pai e já Fidalgo, decidiu ser advogado. Passaram-se dois anos, quando os dois filhos vieram visitar o pai, que estava adoentado e prestes a falecer, e os dois prometeram o que Rocha pedira. O pedido era que ele fosse enterrado em um caixão de madeira nobre, guardados por muitos anos de uma árvore já extinta, e que não tinha mais existência. Chegou o dia de Rocha ir encontrar os seus no céu.

A madeira tinha poderes maravilhosos para curar doenças, mas Rocha não sabia, e ao tocar a madeira para deixar pronto o caixão, foi curado da maleita que tomava conta deste bom homem. Os filhos ficaram pasmos com a súbita saúde ótima do pai. Não necessitava mais enterrar, porque Rocha fora curado pela mágica madeira. Sendo como exemplo de fé, os filhos decidiram também ser marceneiros como o pai pedira aos dois que seguissem seu exemplo. Passaram-se alguns anos, e Rocha ainda vivia em paz com seus filhos e netos e netas. Aposentou-se da profissão aos noventa e nove anos, ditosos de uma velhice linda e maravilhosa, sendo aquela madeira, a responsável pela cura do homem.

O bom homem recebeu a visita dos filhos que amavam muito o pai. A razão de Rocha ser feliz era a profissão de marceneiro que ele levou todos os dias da vida em afinco ardor de uma fé em nossa senhora, pois pedia saúde e vida em abundancia para Deus. Ele ia todos os dias à missa e sagrava-se amor e misericórdia de Jesus, com carinho perpetuador, cheio de palavra consagrada à fé que ele seguira. A madeira de Rocha foi dada o nome de curadora de males e todos queriam tocar a famosa planta e foi-se plantada no quintal de seu dono. Fidalgo e Jonatas eram muito sábios como o pai, sendo que montaram um museu com a história da planta e uma lasca da madeira era vendida para quem precisasse de cura de alguma moléstia. Passaram-se os anos, e tinham já partido os três, o pai e os dois filhos, sendo a lembrança maior o amor que o pai tinha pela profissão e os filhos, de seguirem o caminho do pai e serem felizes com todos os ardores e carinho de uma vida abonançada.

O amor que este pai desejava que este, fale, era a sensação do viver que não termina e a planta existe até hoje, nos primórdios das florestas temperadas mais concomitantes que somente os fatos surgidos nesta família poderiam contar, ao sabor da cura desses e outros males. Ser exceção vale e o discernir é excelente propagador desta dadiva que é a madeira sagrada.

Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 22/05/2019
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