A mensagem do Anjo Bom
1. Tive uma empregada, inigualável nos afazeres domésticos, que só me chamava de "meu santo". Dizia que era a melhor maneira que encontrara para acarinhar seu patrão. Ouvi isso dela nos papos que, vez em quando, travávamos à beira do fogão, enquanto ela fazia minha tapioca.
2. Rosinha - Rosa Maria era o seu nome - não chegava a ser totalmente analfabeta. Aprendera a ler e assinar seu nome, sem frequentar escolas. Lia meus jornais, todas as manhãs, dando preferência às páginas de polícia. Tinha um filho esquentado e temia que, por isso ou aquilo, ele fosse detido.
3. Rosinha, dona de um bondoso coração! Tanto que não hesitou em me canonizar, ao me chamar de "meu santo". Não sei o que ela descobrira em mim que a levara a me colocar nosm seus altares. Muito estranho porque, pelo tempo que me acompanhava, ela sabia perfeitamente que eu era um mísero pecador...
4. Alguma coisa boa ela vira em mim pra me chamar de "meu santo"; fazendo de conta que não sabia de nenhum dos meus defeitos, que não eram poucos. Não esperou que eu morresse para, então, dizer: Ah! ele era realmente um santo!
5. Afastada a absurda hipótese de minha "santificação", reconhecida por Rosinha, na sua santa ignorância, minha empregada atrelava-se ao ponto de vista ora reinante na Igreja Católica moderna, segundo o qual, o finado não mais precisa atravessar séculos para ser canonizado.
6. Os três últimos papas - João Paulo II, Bento XVI e Francisco - parecem ter aderido à tese de que os santos devem ser d'agora. Por isso, encheram os altares de bem-aventurados, depois de considerá-los pessoas especiais, em toda a sua vida terrena.
7. O Vaticano quer, portanto, santos contemporâneos. Agradando, desse modo, os fiéis que desejam ver seus amigos, que em vida só praticaram o bem, imediatamente no Céu.
8. Leandro Karnal, no seu belo livro "Santos fortes", lembra que "o Brasil, bem como qualquer país de matiz católica, está cheio de santos fora do altar, esperando o reconhecimento da Igreja. Ou nem sequer necessitando dele. A canonização é espontânea".
9. Já Frei Beto escreveu: "Santo não é, portanto, quem é perfeito, e sim aquele que, em meio às contradições, erros e defeitos, faz de sua capacidade de amar um serviço libertador a quem sofre ou vive excluído e oprimido".
10. Dir-se-ia, pois, que, atentos à tese da contemporaneidade dos santos, Ratzinger, Wojtyla e Bergoglio deram ao Brasil três queridos santos: Madre Paulina, Frei Galvão, e, agora, a baiana Irmã Dulce, que conheci em plena atividade, no seu Hospital, o seu primeiro e grande milagre.
11. Sou, por conseguinte, contemporâneo de Santa Dulce dos Pobres, assim ela será invocada. Levasse a Santa Sé séculos para lhe reconhecer a santidade, perderia este cronista a oportunidade de dizer que vira a nova santa pelas ruelas de Salvador, socorrendo os miseráveis.
12. Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, pertencente à Ordem das Misssionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, nasceu em Salvador no dia 26 de maio de 1914 e em Salvador morreu no dia 13 de março de 1992. Será proclamada santa ainda este ano.
13. Quem desejar saber por que Irmã Dulce alcançou tão rapidamente os altares, é só visitar suas obras assistenciais, no Hospital dos pobres, que fica na capital baiana, na cidade baixa. Amigo, vá ao Pelô, mas não deixe de visitar o túmulo da primeira santa brasileira.
14. Irmã Dulce deixou esta singular mensagem: "O importante é fazer caridade, não falar de caridade". Os milhares de excluídos, que receberam o seu abraço e por ela foram atendidos, sabem muito bem disso...
1. Tive uma empregada, inigualável nos afazeres domésticos, que só me chamava de "meu santo". Dizia que era a melhor maneira que encontrara para acarinhar seu patrão. Ouvi isso dela nos papos que, vez em quando, travávamos à beira do fogão, enquanto ela fazia minha tapioca.
2. Rosinha - Rosa Maria era o seu nome - não chegava a ser totalmente analfabeta. Aprendera a ler e assinar seu nome, sem frequentar escolas. Lia meus jornais, todas as manhãs, dando preferência às páginas de polícia. Tinha um filho esquentado e temia que, por isso ou aquilo, ele fosse detido.
3. Rosinha, dona de um bondoso coração! Tanto que não hesitou em me canonizar, ao me chamar de "meu santo". Não sei o que ela descobrira em mim que a levara a me colocar nosm seus altares. Muito estranho porque, pelo tempo que me acompanhava, ela sabia perfeitamente que eu era um mísero pecador...
4. Alguma coisa boa ela vira em mim pra me chamar de "meu santo"; fazendo de conta que não sabia de nenhum dos meus defeitos, que não eram poucos. Não esperou que eu morresse para, então, dizer: Ah! ele era realmente um santo!
5. Afastada a absurda hipótese de minha "santificação", reconhecida por Rosinha, na sua santa ignorância, minha empregada atrelava-se ao ponto de vista ora reinante na Igreja Católica moderna, segundo o qual, o finado não mais precisa atravessar séculos para ser canonizado.
6. Os três últimos papas - João Paulo II, Bento XVI e Francisco - parecem ter aderido à tese de que os santos devem ser d'agora. Por isso, encheram os altares de bem-aventurados, depois de considerá-los pessoas especiais, em toda a sua vida terrena.
7. O Vaticano quer, portanto, santos contemporâneos. Agradando, desse modo, os fiéis que desejam ver seus amigos, que em vida só praticaram o bem, imediatamente no Céu.
8. Leandro Karnal, no seu belo livro "Santos fortes", lembra que "o Brasil, bem como qualquer país de matiz católica, está cheio de santos fora do altar, esperando o reconhecimento da Igreja. Ou nem sequer necessitando dele. A canonização é espontânea".
9. Já Frei Beto escreveu: "Santo não é, portanto, quem é perfeito, e sim aquele que, em meio às contradições, erros e defeitos, faz de sua capacidade de amar um serviço libertador a quem sofre ou vive excluído e oprimido".
10. Dir-se-ia, pois, que, atentos à tese da contemporaneidade dos santos, Ratzinger, Wojtyla e Bergoglio deram ao Brasil três queridos santos: Madre Paulina, Frei Galvão, e, agora, a baiana Irmã Dulce, que conheci em plena atividade, no seu Hospital, o seu primeiro e grande milagre.
11. Sou, por conseguinte, contemporâneo de Santa Dulce dos Pobres, assim ela será invocada. Levasse a Santa Sé séculos para lhe reconhecer a santidade, perderia este cronista a oportunidade de dizer que vira a nova santa pelas ruelas de Salvador, socorrendo os miseráveis.
12. Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, pertencente à Ordem das Misssionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, nasceu em Salvador no dia 26 de maio de 1914 e em Salvador morreu no dia 13 de março de 1992. Será proclamada santa ainda este ano.
13. Quem desejar saber por que Irmã Dulce alcançou tão rapidamente os altares, é só visitar suas obras assistenciais, no Hospital dos pobres, que fica na capital baiana, na cidade baixa. Amigo, vá ao Pelô, mas não deixe de visitar o túmulo da primeira santa brasileira.
14. Irmã Dulce deixou esta singular mensagem: "O importante é fazer caridade, não falar de caridade". Os milhares de excluídos, que receberam o seu abraço e por ela foram atendidos, sabem muito bem disso...