Mestre Ariano

Para mim um dos maiores escritores de todos os tempos, incluindo os estrangeiros, foi o saudoso Mestre Ariano Suassuna. Para rivalizar com o seu magnífico romance "A Pedra do Reino", só o Dom Quixote, de Cervantes, O Guerra e Paz, de Tolstói e "Cem Anos de Solidão, de Márquez. E no teatro(tipo comédia notável) para se nivelar ao Auto da Compadecida, só O Inspetor Geral, de Gogol.

Mestre Ariano era avesso à moda e, pasmem, à tecnologia. Só escrevia à mão. Detalhe: adepto da perfeição seus manuscritos sã obras de arte além da bela letra ainda fazia os desenhos.

Foi brilhante também coo anti conferencista. Suas aulas espetáculo deferiam da chatice desses palestrantes de hoje medidos a saberotos e chatos paca, repetindo apenas chavões e enganando os bestas.

Estou relendo "A Pedrado Reino", estou no capítulo que há o duelo de penicos entre Samuel e Clemente. Um barato, mas leio com a bombinha no bolso da bermuda. Sobre a tecnologia sempre lembro do que ele disse:

"Nunca olhei a Internet A velocidade de comunicação não é coisa boa. Arte existe vaga e dedicação exclusiva (...). Infelizmente no território da arte não existe democracia. Nem pode existir. Cervantes só existe um. Ninguém chega a ele através do computado".

Por fim, nada como lembrar Chicó quando era questionado sobre seus causos mirabolantes: - Não sei, só sei que foi assim!.

Que saudade de Mestre Ariano Suassuna. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 19/05/2019
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