Terra a prazo!

Terra a prazo!

O navio, em alto mar, e um comandante em tempestade, no porão, vociferando para uma tripulação de náufragos. Tempestades, ciclones e, no leme, apenas a ideia fracassada e um útil, inútil- idiota, mandando, desmandando, porém, sem a bússola da direção.

A vela erguida, o vento forte e lá vai o Barco-Brasil em direção aos rochedos. Corta, cerze... Alguém grita: “ É o quê?” Nessa balburdia (palavra usada para conter o sujeito crítico), quem sabe nadar está se afogando.

-Tem navio pirata!

- Onde, comandante?

- Por aí! Ali!

Meu Deus, o comandante é Quixoteano!

Olha o farol! Alguém grita com uma frota de moral hipócrita como piada ruim.

Ele quer passar um código mouse! Bradou um serviçal!

A verdade é que o barco está afundando e a tripulação está no salve se puder. Há poucos botes salva-vidas e a briga é para quem vai pegar primeiro. A mente demente já pulou! O lobo bobo saiu como cordeiro.Outros tantos são empurrados e caem afogados em sua incompetência.

Navegar foi preciso, mas, viver/sobreviver, agora, é mais que necessário.

Salve-se quem puder! Que Deus nos ajude!

E o barco segue navegando sem leme e com uma âncora o arrastando para o fundo.

Mário Paternostro