Semana de combate à lgbtfobia
Estamos na semana de combate à lgbtdobia.
Não é um dever apenas da população LGBT dizer isso à sociedade, mas uma necessidade de todos e todas - sujeitos sociais - serem canais de diálogos, instrumentos de mudanças de tão atroz realidade.
Quem produz as violências deve ser o mesmo e a mesma que busca retirá-la do convívio social. Isso se chama exercício do princípio da igualdade assegurado na Constituição Brasileira de 1988.
É dever do Estado viabilizar políticas públicas para o atendimento das vítimas de violência: atendimento solidário por parte dos orgãos que constituem a segurança pública; atendimento humanizador nos serviços de saúde; sistemática de uma educação pautada no respeito às diversidades e às várias identidades de gêneros presentes nas instituições escolares(...)
No país que mais mata LGBT, os órgãos competentes e os poderes estabelecidos não podem ser omissos, é preciso "vigiar e punir" tantas máculas existentes nos viés das convivências sociais.
As famílias não podem fechar os olhos e arrotar o discurso opressivo da rejeição e achar que os seus, por se constituírem com orientações sexuais diferentes das heteronormativas, são aberrações e merecem ser submetidas aos escrachos machistas e sexistas da sociedade.
É preciso sensibilidade, esses grupos familiares se ordenarem para o exercício pleno do papel de acolhimento, respeito, proteção e elos afetivos.
Não cabe à sociedade a aplicação da pena pela negação do direito ao julgamento: ninguém merece ser condenado sem provas de que errou, cometeu crime ou desrespeitou as leis máximas do país, até porque a sexualidade não é um erro, muito menos crime. Crime é a imposição sobre um corpo de regras que não se enquadram no desabrochamento pleno do ser. Criminoso é o discurso de ódio, fundamentalista, que ceifa vidas, nega direitos, agride, viola a existência de identidades diversas por intolerância.
Essa semana existe para o exercício da reflexão. Não é apenas um dia, o dia 17 de maio para que a população LGBT se reúna. É uma necessidade da sociedade se redimir das formas arbitrárias e desumanas de conduzir a ordem dentro da sociedade.
É o apelo ao Estado, a família e a sociedade de ser uma só voz, um só corpo para o exercício pleno do respeito e da construção digna de cidadanias e vidas sem violências.
Marcus Vinicius