O VOTO. A HONRA. CRIMINOSO MORAL.

O que é honra? Um bem tutelado, imaterial.

Honra é um bem pessoal. Avançou o entendimento. Antigamente a honra do marido traído era reconhecida em tese de legítima defesa do marido que matava a mulher ou o amante, ou ambos. Mas a honra é bem pessoal. A honra manchada era da mulher, não do marido.

A preservação da palavra – honra da palavra dita e dada - seria uma honra desfigurada se não preservada sua veracidade? Qual palavra? Contratual, coloquial, PESSOAL. Mas é dita para evitar responsabilização e mantida como repositório de verdade, muitas vezes como defesa da inverdade. A palavra desonrada é a que se opõe à verdade lógica intransponível. A lógica não admite resistência injustificada, tem como cenáculo a evidência. Já foi dito “aqui não tem ninguém mais honesto que eu”, e os tribunais todos disseram em contrário.

Qual conceito da honra da palavra configurada empiricamente sem reservas dialéticas passíveis de questionamento. Como por exemplo, não posso tentar preservar o que digo contrariamente ao que acontece em um momento histórico. Nem desviar seus fundamentos. Digamos que assim também é com a honra republicana. O sufrágio universal, voto de representação, é um contrato coletivo que o povo faz com seus representantes. TEM SIDO DESONRADO? SIM!

E os contratos devem ser honrados. É o que é direito, legal e equânime.

O Brasil é nação cuja legitimidade legislativa foi constituída pelo sufrágio universal, voto ? SIM. Não há como enfrentar essa certeza.

Estão garantidas as fundamentais conquistas do direito? A representação regular? Os poderes funcionam sem pressões além da representação outorgada pelo povo? Ou só há legislação mediante meios de interesses de grupos? O que se tem agora na nação?

Um governo atacado por falta de negociar o que sempre foi negociado, a honra, a palavra, a representação popular. Mas ela existiria nesse sistema político em que se viveu até então? A série “Mecanismo” diz que não.

Seria inocência pretender mudar o “esquema”, o mecanismo como se viu em série do cineasta Padilha?

Estão no tabuleiro as pedras provando que sim. Xadrez é um jogo para “fino raciocínio. ” Quem joga conhece as jogadas antecipadas. Nosso jogo político é xadrez logarítmico. Só que varrido de falsidades e traições, ao povo principalmente.

Quem pode enfrentar, sem negociar, projetos para inibir crimes? Como pedir a quem tem história ou pode vir a ter sob as barras dos tribunais a fazer uma lei mais dura contra si próprio?

Quem fecharia a porta da cadeia em suas costas se pode impedir lei vigorando com mais severidade nesse sentido?

A revolução “mancata’” de Gramsci tem aberto nesse espaço exercido - Mecanismo - uma larga frente. Esse sistema operante é forte como tal.

Estamos assistindo. O sufrágio não vale tanto como pode-se pensar, ou melhor, parece que nunca valeu.

Há um atavismo nessas ideias. Uma analogia com o criminoso moral de Lombroso, o criminoso nato, embora superado o lombrosianismo. E a ideologia faz as pegadas contrárias. Só o atavismo cerebrino explica a ilogicidade. Os preparados como Ferreira Goulart e outros acordaram do sonho, os despreparados e psicóticos não.

Cesare Lombroso, psiquiatra de nomeada ao seu tempo, fez surgir com Ferri e Garofalo a escola que foi responsável pela cientificidade da criminologia no tardio do século XX. Era uma oposição ao classicismo na análise do delito.

A passionalidade indica o sentido patológico. Quando ao mesmo tempo se aplaude e contesta a mesma mecânica, eclode vivo aos olhos do observador uma certa esquizofrenia atávica ligada à história desses personagens. Ditadores e seus apreciadores estão vizinhos dessa literalidade patológica. E com o incremento e o implemento de apoiarem o que contestam. São contra rupturas, violações de direitos individuais e apoiam ditaduras com cerceamento da vontade individual.

Os tiranos além de não serem precursores de nenhum bem coletivo foram genocidas da história, conhecidos por todos. Esse traço patológico de genocídio definidor e de fundo moral todos conhecem na cartilha das violências contra a vontade livre.

Se o aspecto morfológico pretendido por Lombroso diverge e se recusa, e foi superado, o moral não. Se torna evidente.

A partir do estudo realizado, Lombroso constatou que entre esses homens existiam características em comum, psicológicas, que o fizeram crer que eram os estigmas da criminalidade.

O crime era no seu credo um fenômeno biológico. Nenhum classicismo conceitual jurídico prevalecia diante dessa massa comum que o levava a essa posição.

O criminoso originava-se de um atavismo de sequela contínua, digamos, de heranças desses credos incoerentes com a liberdade humana. E essa sucessão como herança tem acontecido, é só repassar a história. Nascia o delinquente sucessor da ideia moral e a oportunidade revelaria esse quadro. Estão aí essas “estirpes” doentias.

Lombroso relacionava o delinquente nato ao atavismo. Logo, características morais poderiam ser observadas nesse indivíduo. De acordo com essa atribuição, o delinquente nato possuía uma série de estigmas degenerativos comportamentais, psicológicos e sociais.

Relacionava o atavismo à loucura moral e à epilepsia, afirmando que o criminoso nato não logrou êxito em sua evolução, era como uma criança ou louco moral, que ainda necessita de uma abertura ao mundo dos valores. Tratou com importância o delinquente nato e o delinquente moral. Este continua desfilando nas indigitadas nações onde surgiram os líderes dessas pesadas ideias.

Em síntese, o delinquente nato era considerado um doente.

Os grandes genocidas de veia sanguinária nasceram para serem antítese de higidez. Nenhum genocida é sadio mentalmente. Fazer o bem coletivo matando? Matar tantas pessoas por um simples posicionamento de ideias? Isso é esquizofrenia atávica. Só o desaparelhado e sem vivência existencial profissional desconhece isso. O dia em que conhecer alguém que propaga ideias que combate, mas o faz em proveito de sua cabeça doente, se afaste dele. Vai te surpreender a qualquer momento.

Os seguidores desses doentes, o que seriam esses?

Vejam ao que está exposta a sociedade sob tutela das ideias dessas patologias. Temos assistido essa procissão.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 14/05/2019
Código do texto: T6646865
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.