Mães com enfermidades costumam ser muito severas consigo, porque toda mãe quer fazer o máximo por seus filhos e nem sempre isso é possível.
Há alguns anos mandei meu filho para muito longe, porque não tinha condições de criar esse ser amado e único. Ele me obedeceu a contragosto, na verdade eu enganei meu filho com a promessa que seria por alguns meses, e ele precisou recomeçar uma vida em outro país sem falar bem o idioma, teve que amadurecer e aprender a sobreviver sozinho.
O que leva uma mãe a fazer isso? Foi uma decisão dolorosa, mas eu estava doente demais e não tinha forças para sair do fundo do sofrimento. Eu precisava buscar uma forma de levantar, e eu não quis arrastar meu filho comigo, dei a ele uma chance de ter uma vida melhor.
Longe de mim, sem assistir meu sofrimento e também sem estar ao meu lado. Ele só tinha 15 anos, foi o que eu disse para mim mesma, -ele não merece ser arrastado pela minha dor-, mas não perguntei para ele e nem expliquei que estava tão doente.
Dez anos se passaram até que ele pudesse vir me abraçar novamente, eu não podia viajar tantas horas sentada em um avião, pegar conexão e nem tinha grana para isso.
A vida tornou-se mais leve, tenho outra compreensão e ele também sabe o que me levou a fazer todas as escolhas.
Fui uma boa mãe ou fui uma mãe egoísta? Críticas e julgamentos surgiram e sempre irão surgir. Existem outras razões que fortaleceram essa decisão, talvez com um peso muito maior, mas minha intenção sempre foi clara: dar a ele uma chance de um futuro melhor, acenar com possibilidades, não arrastá-lo para o meu sofrimento.
Mães com doenças crônicas, graves e debilitantes nem sempre conseguem ser o que gostariam, mas podem amar infinitamente.
Mães são o que conseguem ser, acolho essa mãe que eu sou, acolho compassivamente minha mãe, minha mãe-avó, minha mãe-bisavó e todas as mães e mulheres orientais e ocidentais da minha família; nesse dia que para mim celebra o Ser mãe, com todas as nossas complexidades.
Para Yugo Sato, meu filho que me inspira todos os dias a ser uma pessoa melhor.
#convivendocomadorcronica
Há alguns anos mandei meu filho para muito longe, porque não tinha condições de criar esse ser amado e único. Ele me obedeceu a contragosto, na verdade eu enganei meu filho com a promessa que seria por alguns meses, e ele precisou recomeçar uma vida em outro país sem falar bem o idioma, teve que amadurecer e aprender a sobreviver sozinho.
O que leva uma mãe a fazer isso? Foi uma decisão dolorosa, mas eu estava doente demais e não tinha forças para sair do fundo do sofrimento. Eu precisava buscar uma forma de levantar, e eu não quis arrastar meu filho comigo, dei a ele uma chance de ter uma vida melhor.
Longe de mim, sem assistir meu sofrimento e também sem estar ao meu lado. Ele só tinha 15 anos, foi o que eu disse para mim mesma, -ele não merece ser arrastado pela minha dor-, mas não perguntei para ele e nem expliquei que estava tão doente.
Dez anos se passaram até que ele pudesse vir me abraçar novamente, eu não podia viajar tantas horas sentada em um avião, pegar conexão e nem tinha grana para isso.
A vida tornou-se mais leve, tenho outra compreensão e ele também sabe o que me levou a fazer todas as escolhas.
Fui uma boa mãe ou fui uma mãe egoísta? Críticas e julgamentos surgiram e sempre irão surgir. Existem outras razões que fortaleceram essa decisão, talvez com um peso muito maior, mas minha intenção sempre foi clara: dar a ele uma chance de um futuro melhor, acenar com possibilidades, não arrastá-lo para o meu sofrimento.
Mães com doenças crônicas, graves e debilitantes nem sempre conseguem ser o que gostariam, mas podem amar infinitamente.
Mães são o que conseguem ser, acolho essa mãe que eu sou, acolho compassivamente minha mãe, minha mãe-avó, minha mãe-bisavó e todas as mães e mulheres orientais e ocidentais da minha família; nesse dia que para mim celebra o Ser mãe, com todas as nossas complexidades.
Para Yugo Sato, meu filho que me inspira todos os dias a ser uma pessoa melhor.
#convivendocomadorcronica