"Foi um rio que passou na minha vida"
Dia desses, na feirinha do troca-troca de livros (você leva um livro e troca por outro) obtive, numa troca, o livro de Nelson Motta, "101 Canções que tocaram o Brasil". Nele o autor comenta e revela detalhes de jóias da MPB, mas no final reconhece que existe não apenas 101 canções tipo biscoito fino, mas 1001 ou muito mais, devido, claro, à nossa diversidade musical.
Gostei de todos os comentários dele, mas um deles me fez rir e me surpreendeu, Foi o texto sobre a musica de Paulinho da Viola, "Foi um rio que passou na minha vida". É que o compositor, que era da ala de compositores da Portela, musicara um oema de Hermínio Bello de Carvalho, "Sei lá Mangueira". A música fi elogiada e pipocou no país. Paulino ficou encabulado. Tina que fazer ma especie de redenção, ou seja, se desculpar fazendo um Hino para a sua Portela.
Conta Nelsinho Motta:
"Perturbado com a repercussão da musica na Portela, coração dividido e reu confesso, o jovem sambista só pensava naquilo. Até que, certa tarde, caminhando no Centro do Rio, este clássico em formato de samba-enredo, com uma letra de 29 versos, começou a brotar em sua cabeça e em seu coração azul e branco. Normalmente vagaroso no compor, Paulinho criou "Foi um rio que passou na minha vida" de ma levada só, traduzindo plasticamente a sua sensação ao assitir um desfile da Portela:"... aquele azul/ não era do céu/ nem era do mar/ foi um rio que passou na minha vida/ e o meu coração se deixou levar".
Fez um dos maiores e melhores sambas de todos os temos e, claro, foi absolvido or unanimidade pela Portela. Leiam o livro de Nelson Motta. É arretado. Juro. Inté.
P.S. Viva as mães do Recanto e do mundo. São todas lindas.