UM TIO INESQUECÍVEL

Tio Zezé era um daqueles tios que gostava de conversar sobre tudo principalmente contar histórias,de pessoas, lugares sempre com toque misterioso no ar e nas suas palavras.

Dos irmãos mais velhos ajudou cuidar dos mais novos.

Logo cedo aprendeu a dividir com a irmã mais velha a responsabilidades de cuidados país que tragicamente por motivos diferentes adoeceram e partiram cedo.

Nunca casou-se viveu desde cedo assumindo a responsabilidade com os irmãos e dos negócios da família sendo nomeado tutor dos irmãos menores assim que a mãe morreu.

Passou a maior parte da sua vida no povoado pertencente à sua cidade natal, Porto dos Mendes.

Desde jovem, muito religioso, cuidou dos. Assuntos paroquiais, sendo sacristão e zelador da igreja.

Exerceu vários cargos no povoado, sendo representante do Instituto Butanta, em SP, Juiz de Paz, agente público de saúde, administrador da barca local para travessia do Rio Grande, entre outros.

Mas como tio,foi uma daquelas pessoas que gostava de passar seus conhecimentos, e suas estórias.

Falava das coisas que ouviu, que lhe contaram e de suas memórias.

De fala mansa com um sotaque peculiar tendendo ao lusitano.

Zé Neves sabia de tudo um pouco e no povoado que morava era um tipo de anfitrião.

Um irmão prestativo é carinhoso com os sobrinhos dos quais eu era o que morava mais distante fora do povoado.

Durante os anos que morei no Morro Grande, tive o privilégio de, algumas vezes, receber sua visita em casa e numa delas ele chegou com um Monjolo, em miniatura, media cerca de cinquenta centímetros talhado em madeira manualmente por ele e acompanhava o pilão bem feito da mesma forma.

Ele me disse: - vamos escolher um local para instalar e por para funcionar de verdade.

Depois de observar ao redor da casa ele escolheu um local e pegou algumas ferramentas e começou a preparar o local.

Disse: - aqui está bom, vamos fazer uma cabana, cobrir com sapé e instalar o monjolo debaixo da cobertura. Vamos desviar um pouco de água para cá colocando uma biquinha para encher o bojo do monjolo e fazer ele funcionar direitinho.

É assim em pouco tempo estava tudo funcionando... a cabana era pequenas mas eu cabia nela, sentado no chão observando o trabalho lindo que o tio fez.

Um gesto simples mas cheio de carinho e amor que deixou gratidão e lembranças para a vida toda!