Troco por música
Troco por música
Não sei se você já viu o Vaso de Rubin, uma imagem fundamentalmente ambígua, ou bem se vê o vaso, ou dois perfis humanos, mas em separado, a mente não consegue ver ambos ao mesmo tempo. Provoca uma discussão daquelas. Troco pela versão ao vivo do Claudio Celso esmerilhando "Bye Bye Brasil”, acompanhado pelo baixista Elizeu Custódio. Os caras arrasam. Claudio Celso, para quem não sabe, é um guitarrista brasileiro que se mandou para os States há éons e, resumindo, matou a cobra e mostrou o pau. Se você gosta de música instrumental, já tem as coordenadas para ver no youtube.
É tanta argumentação acerca de tantos ítens que fica a impressão de estar indo pelo ralo a coisa em si.
Mês passado ou perto disso aconteceu em Austin, Texas, um dos maiores eventos de cultura e inovação do mundo, denominado SXSW. Fui espiar a página. Talvez seja a idade, não sei, deu dor de cabeça.
Troco sem pestanejar pelo duo Nelson Faria e Stanley Jordan, meu Deus do céu, que encontro, foi ano passado, o Nelson é um cara que, se eu esbarro na rua peço autógrafo, faço reverência, se der 2 minutos de conversa digo que estou há 17 anos ouvindo a versão dele e do Nico Assunção para "Eu sei que vou te amar”. Doideira, sô, quem ou o que explica isso? É como se fosse oxigênio. Um amigo músico disse que precisa ouvir Vivaldi todo dia. É o O2 dele. Não poderíamos viver na mesma casa.
Outro dia tomei contato com a vida da Marie Colvin, jornalista, escrevia muito bem, queria que as pessoas se importassem com os horrores que viu nas várias frentes de batalha, bateu com as 10 em Homs, Síria, 2012. Deixou um legado. Marie não entra no ditado, Hurt people hurt people, Pessoas magoadas magoam os outros. Se existisse mesmo uma ONU o conflito na Síria teria caducado e Caracas seria a Miami equatorial. Vá atrás. Neguin quer ficar arrazoando até o fim dos tempos.
Ou, como bem expressou o sr. Ismail Serageldin, a fome não gera debate. Pelo visto nada relevante gera comoção, exceto apetrechos cansativos tais quais "Polícia interrompe marcha LGBT em Cuba".
Sim, a vida da Marie é interessante, acrescenta, afinal a expansão do pensamento cria uma expansão das percepções, fato, não ousaria dizer que troco pelo encontro do Nelson Faria com o Hélio Delmiro, ocorrido em 2018, fiquei tão emocionado, achei que ele já estivesse do outro lado, ninguém menciona, decerto tamanha quantidade de gente tosca sob holofotes, ora essa, um mago como o Hélio, considerado um dos cinco melhores guitarristas do mundo pela DownBeat, eles estão tocando “Sambolero” (de Carmen Costa e João Donato), ali, colega, não tem mimimi, não tem farsa, não tem aquele vazio dos réprobos que desenfeitam a realidade com suas intenções funestas.
Perguntando aos instruídos: O retábulo de Gante realmente define a Igreja Católica? Gostaria de saber, daria um bom papo, uma pausa entre as notas.
Joe Henderson, classudo (contrário de vulgar, grosseiro) saxofonista norte americano executou uma versão de “Ela é carioca” que, cá entre nós, para uma alma infantil como a minha, que se compraz com eternos recreios, ao ouvir viro briza outonal de um maio gentil, percebo a saída do fragmento para a imersão no princípio, viro um ponto que observa sem pensar.
Encerramos com frase de anônimo, I may not have had the best childhood, but I certainly have the longest.
Troco por música
Não sei se você já viu o Vaso de Rubin, uma imagem fundamentalmente ambígua, ou bem se vê o vaso, ou dois perfis humanos, mas em separado, a mente não consegue ver ambos ao mesmo tempo. Provoca uma discussão daquelas. Troco pela versão ao vivo do Claudio Celso esmerilhando "Bye Bye Brasil”, acompanhado pelo baixista Elizeu Custódio. Os caras arrasam. Claudio Celso, para quem não sabe, é um guitarrista brasileiro que se mandou para os States há éons e, resumindo, matou a cobra e mostrou o pau. Se você gosta de música instrumental, já tem as coordenadas para ver no youtube.
É tanta argumentação acerca de tantos ítens que fica a impressão de estar indo pelo ralo a coisa em si.
Mês passado ou perto disso aconteceu em Austin, Texas, um dos maiores eventos de cultura e inovação do mundo, denominado SXSW. Fui espiar a página. Talvez seja a idade, não sei, deu dor de cabeça.
Troco sem pestanejar pelo duo Nelson Faria e Stanley Jordan, meu Deus do céu, que encontro, foi ano passado, o Nelson é um cara que, se eu esbarro na rua peço autógrafo, faço reverência, se der 2 minutos de conversa digo que estou há 17 anos ouvindo a versão dele e do Nico Assunção para "Eu sei que vou te amar”. Doideira, sô, quem ou o que explica isso? É como se fosse oxigênio. Um amigo músico disse que precisa ouvir Vivaldi todo dia. É o O2 dele. Não poderíamos viver na mesma casa.
Outro dia tomei contato com a vida da Marie Colvin, jornalista, escrevia muito bem, queria que as pessoas se importassem com os horrores que viu nas várias frentes de batalha, bateu com as 10 em Homs, Síria, 2012. Deixou um legado. Marie não entra no ditado, Hurt people hurt people, Pessoas magoadas magoam os outros. Se existisse mesmo uma ONU o conflito na Síria teria caducado e Caracas seria a Miami equatorial. Vá atrás. Neguin quer ficar arrazoando até o fim dos tempos.
Ou, como bem expressou o sr. Ismail Serageldin, a fome não gera debate. Pelo visto nada relevante gera comoção, exceto apetrechos cansativos tais quais "Polícia interrompe marcha LGBT em Cuba".
Sim, a vida da Marie é interessante, acrescenta, afinal a expansão do pensamento cria uma expansão das percepções, fato, não ousaria dizer que troco pelo encontro do Nelson Faria com o Hélio Delmiro, ocorrido em 2018, fiquei tão emocionado, achei que ele já estivesse do outro lado, ninguém menciona, decerto tamanha quantidade de gente tosca sob holofotes, ora essa, um mago como o Hélio, considerado um dos cinco melhores guitarristas do mundo pela DownBeat, eles estão tocando “Sambolero” (de Carmen Costa e João Donato), ali, colega, não tem mimimi, não tem farsa, não tem aquele vazio dos réprobos que desenfeitam a realidade com suas intenções funestas.
Perguntando aos instruídos: O retábulo de Gante realmente define a Igreja Católica? Gostaria de saber, daria um bom papo, uma pausa entre as notas.
Joe Henderson, classudo (contrário de vulgar, grosseiro) saxofonista norte americano executou uma versão de “Ela é carioca” que, cá entre nós, para uma alma infantil como a minha, que se compraz com eternos recreios, ao ouvir viro briza outonal de um maio gentil, percebo a saída do fragmento para a imersão no princípio, viro um ponto que observa sem pensar.
Encerramos com frase de anônimo, I may not have had the best childhood, but I certainly have the longest.