Omissão e Poesia
Sem dúvida ninguém deve ser omisso ante as injustiças praticadas contra quem quer que seja, até contra nossos desafetos. A injustiça, parta de onde partir, é um cancro maldito que pode gerar o fascismo.
Doí, constrange, entristece e revolta constatar pessoas com informação e com cultura totalmente omissa e até coniventes com medidas fascistas. Não, não se ode elogiar e muito menos endossar atentados contra os direitos humanos e incitação à violência. Sabem por quê? Porque todos, mesmo as honrosas exceções, seremos mais cedo ou mais tarde, atingidos pela violência.
É bom sempre diante das medidas violentas e da onda de ódio recorrer à poesia, aos versos premonitórios de Eduardo Alves da Costa:
"Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim e não dizemos nada/ Na segunda noite, já não se escondem: pisam nas flores, matam nosso cão e não dizemos nada/ Até que um dia, o mais frágil deles entra na nossa casa/ rouba nossa luz/ arranca a voz da nossa garganta/ E já não podemos dizer nada".
Os poetas são mesmo, como dizia Pound, as antenas da raça.. São eles quem advertem para o perigo. Inté.