o Jovem Escritor

O papel e o Jovem Escritor, são dois velhos amigos. Apenas mais uma página de sua vida, pega seu velho lápis, quase minúsculo, e começa a relatar suas piores dores e sofrimentos. Observá-lo escrever tem a mesma emoção de um funeral, suas palavras são tristes, dolorosas e profundas. Sua concentração é instigante, não há ruido capaz de tirar sua concentração, enquanto escreve, dá um suspiro e começa a chorar, as suas lágrimas vão molhando a a folha, olhei por um instante seus braços e vi feridas, não parecia ser por isso que ele chorava, algo dentro de si era mais doloroso. O jovem escritor parece estar no clímax da sua história, já não consigo mais entender o que ele escreve, o papel está borrado de grafite e sangue, nesse momento percebo que o Jovem Escritor fica aflito, parece sentir raiva muita raiva, ele se levanta da cadeira, por um segundo achei que era o fim de sua história dramática, porém ele se levantou e com toda força que tinha começou a esmurrar a parede, e também a chutá-la, fez isso até ter ferimentos expostos e sentir muita dor, escutava um grito abafado saindo de sua boca, enquanto lavava as paredes com suas lágrimas, ele sentou no chão e olhou para as feridas e parecia estar aliviado, nesse momento quase interferi na cena, mas achei melhor observá-lo de longe. Após alguns minutos o Jovem Escritor voltou para seu texto, parecia ainda mais disposto a escrever, já não chorava como antes, e parecia encaminhar seu texto ao desfecho. Enfim o Jovem Escritor terminou de escrever, então se levantou, limpou seus ferimentos e abandonou a mesa em que escrevia. Nesse instante pude ler o que ele escreveu, nunca me esqueci de sua última frase, o Jovem Escritor terminou dizendo que escrevia de si mesmo em terceira pessoa.