PERTINENTE
Acho que o corneteiro está fabricando a corneta, vai ainda aprender a soprar, e, pelo tempo do ensaio, vai dar baixa sem ter aprendido o toque de reunir da tropa. De sua corneta, anos após anos de "eis que é chegada a hora", só ouvimos o silêncio e o passar das horas... das muitas horas que, ou as perdemos ou, a nos, fizeram e ainda fazem hora. Só falta o corneteiro tocar primeiro o toque de recolher, antes de aprender o da alvorada. Pelo "andar da corneta", o recolher poderá ser o gesto insano do aprendiz aos últimos raios do entardecer... Li, na entrada de uma capela mortuária: "aqui estão nossos ossos à espera dos vossos!".
Armand de Saint Igarapery - textos no Face e no Recanto das Letras