Nossas Marias...
1. Mês de maio. Mês da Virgem Maria e de todas as Marias, virgens ou não. Ao longo de minha vida - e lá se vão várias décadas -, conheci muitas Marias; umas feias e chatas, outras bonitas e agradáveis. De todas, sem exceção, guardo boas e até inesquecíveis recordações.
2. A primeira Maria que conheci, chamava-se Maria Luiza, minha mãe, hoje no céu. A segunda, e aí eu já havia "abandonado" os mamilos maternos e a mamadeira amarela, Maria do Perpétuo Socorro, a santa que meus pais acharam por bem entregar, como afilhado, o seu primogênito.
3. E foram aparecendo mais Marias; outras Marias. Mormente quando iniciei a procura de uma companheira, no vigor dos meus vinte anos. Nesse período, alimentei os sonhos de muitas Marias, e, por que não dizer, elas, os meus... Até que, num momento feliz, casei com uma Maria, Ivone Maria, com quem vivo há cincoenta e quatro anos.
4. Estudiosos dizem, que "Maria é um nome de origem incerta". Admitem, entretanto, que esse belo nome "provavelmente se originou a partir do hebraico Myriam, que significa senhora soberana, vidente, a pura".
A verdade é uma só: de origem conhecida ou não, Maria - simplesmente Maria - é um nome completo, é um nome doce, é um nome lindo...
5. O mês de maio é o mês em que se homenageia uma Maria muito especial, diferenciada, santa. É o mês de Maria, a mãe do Profeta de Nazaré, Jesus Cristo.
Para muita gente, é o mês mais encantador, mais terno, mais amado do calendário Gregoriano.
Alguém chegou a dizer, num arroubo indiscutivelmente lírico, que maio tem um embriagante "cheiro de flores".
6. Parece não haver tanto exagero nessa romântica afirmação. Esse cheiro deve vir dos altares marianos, em maio, enfeitados por centenas de flores perfumadas, levadas à Virgem por seus fieis devotos.
7. Em maio, tem flores e muita música. Músicas religiosas e músicas que eu chamaria de profanas (?).
Músicas religiosas, são os benditos. Benditos que só me trazem boas lembranças dos maios no meu seminário franciscano, onde vivi por um logo tempo, com as bênçãos de Francisco de Assis, o Poverello.
8. Mùsicas "profanas" seriam as "Ave-Marias" de Shubert, de Gounoud, de Verdi e de Puccini. E por que não a "Ave Maria sertaneja", de Luiz Gonzaga. - "Ave Maria/ Mãe de Deus Jesus/ Nos dê força e coragem/ Pra carregar a nossa cruz". Êta saudoso Gonzaga!
9 Há, porém, uma "Ave Maria" , entre as "profanas", que me agrada profundamente. Bate lá dentro. Refiro-me à "Ave Maria" ,de Erotildes de Campos, interpretada magistralmente por Augusto Calheiros.
- "Cai a tarde tristonha e serena, em macio e suave langor/ Despertando no meu coração a saudade do/ primeiro amor!/ Um gemido se esvai lá no espaço, nesta hora de lenta agonia/ Quando o sino saudoso murmura badaladas da "ave-maria". É a primeira estrofe.
10. E na poesia? Maria Santíssima é lembrada por exemplo, por Manuel Bandeira, neste poema, que pode ser chamado mariano.
- "A Virgem Maria - O oficial de registro civil, o coletor de impostos, o mordomo da Santa Casa e o administrador do cemitério de S. João Batista/ Cavaram com enxada/ Com pás/ Com unhas/ Com os dentes/ Cavaram uma cova mais funda que o meu suspiro de renúncia/ Depois me botaram lá dentro/ E puseram por cima/ As Tábuas da Lei/ Mas de lá de dentro do fundo da treva do chão da cova/ Eu ouvi a vozinha da Virgem Maria/ Dizer que fazia sol lá fora/ Dizer insistentemente/ Que fazia sol lá fora".
11. Ofertando - e é só o que tenho - rosas vermelhas à Virgem de Nazaré e ouvindo, pelo meu Spotify, a "Ave-Maria" de Charles Gounoud, saúdo maio, que se inicia, cheirando a flores...
1. Mês de maio. Mês da Virgem Maria e de todas as Marias, virgens ou não. Ao longo de minha vida - e lá se vão várias décadas -, conheci muitas Marias; umas feias e chatas, outras bonitas e agradáveis. De todas, sem exceção, guardo boas e até inesquecíveis recordações.
2. A primeira Maria que conheci, chamava-se Maria Luiza, minha mãe, hoje no céu. A segunda, e aí eu já havia "abandonado" os mamilos maternos e a mamadeira amarela, Maria do Perpétuo Socorro, a santa que meus pais acharam por bem entregar, como afilhado, o seu primogênito.
3. E foram aparecendo mais Marias; outras Marias. Mormente quando iniciei a procura de uma companheira, no vigor dos meus vinte anos. Nesse período, alimentei os sonhos de muitas Marias, e, por que não dizer, elas, os meus... Até que, num momento feliz, casei com uma Maria, Ivone Maria, com quem vivo há cincoenta e quatro anos.
4. Estudiosos dizem, que "Maria é um nome de origem incerta". Admitem, entretanto, que esse belo nome "provavelmente se originou a partir do hebraico Myriam, que significa senhora soberana, vidente, a pura".
A verdade é uma só: de origem conhecida ou não, Maria - simplesmente Maria - é um nome completo, é um nome doce, é um nome lindo...
5. O mês de maio é o mês em que se homenageia uma Maria muito especial, diferenciada, santa. É o mês de Maria, a mãe do Profeta de Nazaré, Jesus Cristo.
Para muita gente, é o mês mais encantador, mais terno, mais amado do calendário Gregoriano.
Alguém chegou a dizer, num arroubo indiscutivelmente lírico, que maio tem um embriagante "cheiro de flores".
6. Parece não haver tanto exagero nessa romântica afirmação. Esse cheiro deve vir dos altares marianos, em maio, enfeitados por centenas de flores perfumadas, levadas à Virgem por seus fieis devotos.
7. Em maio, tem flores e muita música. Músicas religiosas e músicas que eu chamaria de profanas (?).
Músicas religiosas, são os benditos. Benditos que só me trazem boas lembranças dos maios no meu seminário franciscano, onde vivi por um logo tempo, com as bênçãos de Francisco de Assis, o Poverello.
8. Mùsicas "profanas" seriam as "Ave-Marias" de Shubert, de Gounoud, de Verdi e de Puccini. E por que não a "Ave Maria sertaneja", de Luiz Gonzaga. - "Ave Maria/ Mãe de Deus Jesus/ Nos dê força e coragem/ Pra carregar a nossa cruz". Êta saudoso Gonzaga!
9 Há, porém, uma "Ave Maria" , entre as "profanas", que me agrada profundamente. Bate lá dentro. Refiro-me à "Ave Maria" ,de Erotildes de Campos, interpretada magistralmente por Augusto Calheiros.
- "Cai a tarde tristonha e serena, em macio e suave langor/ Despertando no meu coração a saudade do/ primeiro amor!/ Um gemido se esvai lá no espaço, nesta hora de lenta agonia/ Quando o sino saudoso murmura badaladas da "ave-maria". É a primeira estrofe.
10. E na poesia? Maria Santíssima é lembrada por exemplo, por Manuel Bandeira, neste poema, que pode ser chamado mariano.
- "A Virgem Maria - O oficial de registro civil, o coletor de impostos, o mordomo da Santa Casa e o administrador do cemitério de S. João Batista/ Cavaram com enxada/ Com pás/ Com unhas/ Com os dentes/ Cavaram uma cova mais funda que o meu suspiro de renúncia/ Depois me botaram lá dentro/ E puseram por cima/ As Tábuas da Lei/ Mas de lá de dentro do fundo da treva do chão da cova/ Eu ouvi a vozinha da Virgem Maria/ Dizer que fazia sol lá fora/ Dizer insistentemente/ Que fazia sol lá fora".
11. Ofertando - e é só o que tenho - rosas vermelhas à Virgem de Nazaré e ouvindo, pelo meu Spotify, a "Ave-Maria" de Charles Gounoud, saúdo maio, que se inicia, cheirando a flores...