DOMINGO

Meu dia foi bem movimentado, estou exausta. As atividades domésticas se repetem, quem lida com os afazeres de casa sabe que o negócio é puxado. Então com visitas, a coisa se multiplica. Louça pra lavar parece que dá é cria. A casa o tempo todo suja, mesmo que você varra de instante em instante. Organização zero, tudo fora do lugar. Chinelo espalhado por toda parte, brinquedo, livros, toalha de banho na cadeira da cozinha, até copo a gente encontra sobre o móvel da sala.

Esse é o retrato do meu “lar-doce-lar” deste domingo de festa e reunião de familiares. E, quer saber? Foi um domingo muito especial! Tanto, que estou aqui, plena, escrevendo para contar como me faz bem estar perto das pessoas que amo.

Hoje foi assim: dia de cozinhar (levantar cedo pra botar o feijão de molho); dia de deitar no chão, depois do almoço (uma varridinha básica pra retirar a areia antes, né?); dia de zanzar pelo quintal, as crianças correndo e sendo felizes; dia de fotografar a simplicidade do terreno e nele fazer corrida no velho carro de mão e na sucateada bicicletinha encostada num canto; dia de fazer bruaca pra merenda; dia de recordar nossa mãe, como de costume.

A propósito, depois que me despedi de minha irmã e sua família, acompanhando-os até o carro, agora a noite, entrei e fui varrer parte da casa, lembrando-me que minha mãe orientava que isso deveria ser feito antes de as pessoas irem embora, porque se o fizéssemos após, estaríamos varrendo seus rastros, e se varremos os rastros das visitas, pode ser que elas não voltem tão cedo. Pedindo a Deus que isso não seja real, com todo respeito às superstições que minha mãe herdou de minha avó e que perpassou gerações, peguei a vassoura e mandei brasa.

Somos nove irmãos. E eu aqui fazendo as contas, hoje nos vimos quase todos. Celiane passou o dia comigo. Célia veio à tarde, aproveitou e deu uma voltinha de carro de mão (chique, bem!) e ficou até à noite, foi em casa e retornou um pouco mais tarde e ainda se demorou um tantinho. Pedrinho veio logo depois do almoço, trazendo a sobremesa: doce de mamão com coco. Já estávamos deitados no chão (Celiane, Gerlano e eu), quando ele chegou e se juntou a nós. Rigoberto (o Bife), meu irmão mais velho, passou rapidamente ainda pela manhã. Ataíde acenou pra mim da casa da frente. Serginho passou pra um “oi” a caminho da igreja. Só faltaram Sansão e Itamar, que sempre aparecem para me ver. Também meu pai esteve conosco, tomamos juntos nosso café com bruaca à tarde.

Minha casa viva, com movimento, boas energias, troca de afeto! Agora, me diga: é ou não é motivo para felicidade? O sentimento que me toma é de gratidão! Pela minha família, pelos nossos encontros e pelos laços que nos mantêm unidos. E que tantos domingos como este se repitam. O encontro do próximo domingo já está marcado.

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 05/05/2019
Código do texto: T6639960
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