O Dia do Trabalho sem trabalhar
O Dia Trabalho, numa curta conversa entre meus pequenos netos Lucas, João Vitor e Mateus, foi interpretado como o dia de trabalho, justamente em que se deveria trabalhar. Trabalhar é a ação social mais antiga do homem e da mulher ou da humanidade. Não existiu, antropologicamente, outra atividade tão primitiva como a da divisão de tarefas, logo seguida, culturalmente, pela linguagem. Trabalhar é uma atividade socialmente pujante, cuja ampla finalidade é a de assegurar a nossa sobrevivência, inclusive na tarefa de transformar a natureza em cultura. Assim, sua finalidade precípua está no sentido de cada profissão: O médico trabalha para curar; o professor para ensinar e o arquiteto e o engenheiro para construírem. Contudo, há quem pense, de modo obstinado, movido pelo egoísmo e pela ganância, que se trabalha para lucrar ganhando dinheiro. Assim, quando tais indivíduos conseguem o dinheiro sem algum esforço, eles não trabalham, pois alcançaram seu objetivo.
Muito se vê isso no serviço público por parte daqueles e daquelas que, por apadrinhamento ou concurso, querem “um emprego e não um trabalho”, mas para fazer nada, tampouco enxugar gelo, desejam apenas o bônus sem o ônus, sem a árdua ação do trabalho. Esses tipos não comparecem ao local de trabalho, caso contrário, chegam atrasados apenas para assinar o ponto e no final do mês conferir o contracheque. Esses, mesmo praticando tal ato de corrução, com o dinheiro público, hipocritamente criticam os corrutos; reclamam sobre o baixo salário; todavia, devem eles receber do dinheiro público o pagamento de que? Isso respinga e desonra o funcionalismo público que é atacado pela doutrina da privatização, contrária aos justos, sociais e bons serviços organizacionais que pode prestar o Estado, cujo quadros são, cada vez mais, carente do espírito de servir, o que foi tão vivenciado por pessoas tão universalmente reverenciadas que adotaram protótipos de mulher e de homem público. E como esses exemplos, não há poucos, eu os conheço na nossa cidade, até pessoas que não remuneradas, assalariadas, que se gratificam pela virtude e pela felicidade da bem-aventurança de servir aos outros.
No mundo ganancioso do lucro, falar de trabalho espontâneo e financeiramente gratuito é um insulto. Tais “insultados” são, geralmente, aqueles que não batem prego em estopa sem ganhar dinheiro e ainda sempre reclamando que "ganha" pouco. Ou são patrões que, deitados numa rede, ditam ordens aos trabalhadores, com injustos salários ou entregam tal responsabilidade aos seus delegados, como o faziam aos “capitães de mato” para vigiarem e até chicotearem os trabalhadores no campo. Por essa mentalidade, tanto no campo como na cidade, ainda acontece o “trabalho escravo”. Nessa circunstância, é incompreensível se comemorar o dia do trabalho. Tal comemoração, ironicamente, torna-se sempre um ato de protesto. Também é angustiante e constrangedora essa festa, quando imensas multidões, em torno de treze milhões de desempregados, procuram, humilhados, diariamente, de porta em porta, um lugar para trabalhar, quando deveriam ser procurados, e voltam para casa para abraçar filhos e filhas, sem o pão, de mãos vazias...
Exatamente o econômico transforma o trabalho em objeto de justiça ou de injustiça social. Tanto é assim que sua comemoração se originou, em 1886, quando operários norte-americanos organizaram uma paralização, no dia 1º de maio, para reivindicarem melhores e mais justas condições de trabalho. Em consequência desse movimento, os sindicalistas anarquistas, mártires de Chicago, Albert Parsons, August Sples, Adolph Fischer, George Engel e Louis Lingg foram sentenciados, sem provas, à forca, sendo que este último, antes, não suportando tal injustiça, suicidou-se. Esse exemplo reivindicativo e de consequência revoltante, espalhou-se pelo mundo, especialmente pela Europa.
O Dia do Trabalho não deixa de ser uma comemoração ideológica. Por isso, em alguns países, ela é evitada. Nossos patrícios portugueses só tiveram de volta essa comemoração com o desaparecimento do ditador Salazar e com a vitória do “Revolução dos Cravos”. Já os Estados Unidos adiaram a data para a primeira segunda-feira de setembro para não se relembrar o histórico maio de 1886 e também para não se festejar o trabalho no mesmo dia dos países socialistas. No Brasil, tudo se iniciou em 1917, sob influência da Revolução Russa e desses movimentos sociais noutros países e também da Greve Geral dos trabalhadores brasileiros, cuja força política levou o Presidente Artur Bernardes a decretar o Dia do Trabalho, tendo sempre seu apogeu festivo durante a “era Vargas” (1930 – 1945), quando o estadista Getúlio Vargas muito valorizou os direitos trabalhistas a se verificarem na elaboração da CLT, hoje reescrita ao contrário... Só merecem o Dia do Trabalho aqueles que trabalham e os que lhes é negado as justas condições ou o direito de trabalhar. Quando se nega a alguém o direito de trabalhar, nega-lhe também o de comer, o de morar, o de se vestir e o de sustentar a família; ultraja-se ou ofende-se gravemente a dignidade humana. Ninguém deseje sofrer tamanha indignação.
O Dia Trabalho, numa curta conversa entre meus pequenos netos Lucas, João Vitor e Mateus, foi interpretado como o dia de trabalho, justamente em que se deveria trabalhar. Trabalhar é a ação social mais antiga do homem e da mulher ou da humanidade. Não existiu, antropologicamente, outra atividade tão primitiva como a da divisão de tarefas, logo seguida, culturalmente, pela linguagem. Trabalhar é uma atividade socialmente pujante, cuja ampla finalidade é a de assegurar a nossa sobrevivência, inclusive na tarefa de transformar a natureza em cultura. Assim, sua finalidade precípua está no sentido de cada profissão: O médico trabalha para curar; o professor para ensinar e o arquiteto e o engenheiro para construírem. Contudo, há quem pense, de modo obstinado, movido pelo egoísmo e pela ganância, que se trabalha para lucrar ganhando dinheiro. Assim, quando tais indivíduos conseguem o dinheiro sem algum esforço, eles não trabalham, pois alcançaram seu objetivo.
Muito se vê isso no serviço público por parte daqueles e daquelas que, por apadrinhamento ou concurso, querem “um emprego e não um trabalho”, mas para fazer nada, tampouco enxugar gelo, desejam apenas o bônus sem o ônus, sem a árdua ação do trabalho. Esses tipos não comparecem ao local de trabalho, caso contrário, chegam atrasados apenas para assinar o ponto e no final do mês conferir o contracheque. Esses, mesmo praticando tal ato de corrução, com o dinheiro público, hipocritamente criticam os corrutos; reclamam sobre o baixo salário; todavia, devem eles receber do dinheiro público o pagamento de que? Isso respinga e desonra o funcionalismo público que é atacado pela doutrina da privatização, contrária aos justos, sociais e bons serviços organizacionais que pode prestar o Estado, cujo quadros são, cada vez mais, carente do espírito de servir, o que foi tão vivenciado por pessoas tão universalmente reverenciadas que adotaram protótipos de mulher e de homem público. E como esses exemplos, não há poucos, eu os conheço na nossa cidade, até pessoas que não remuneradas, assalariadas, que se gratificam pela virtude e pela felicidade da bem-aventurança de servir aos outros.
No mundo ganancioso do lucro, falar de trabalho espontâneo e financeiramente gratuito é um insulto. Tais “insultados” são, geralmente, aqueles que não batem prego em estopa sem ganhar dinheiro e ainda sempre reclamando que "ganha" pouco. Ou são patrões que, deitados numa rede, ditam ordens aos trabalhadores, com injustos salários ou entregam tal responsabilidade aos seus delegados, como o faziam aos “capitães de mato” para vigiarem e até chicotearem os trabalhadores no campo. Por essa mentalidade, tanto no campo como na cidade, ainda acontece o “trabalho escravo”. Nessa circunstância, é incompreensível se comemorar o dia do trabalho. Tal comemoração, ironicamente, torna-se sempre um ato de protesto. Também é angustiante e constrangedora essa festa, quando imensas multidões, em torno de treze milhões de desempregados, procuram, humilhados, diariamente, de porta em porta, um lugar para trabalhar, quando deveriam ser procurados, e voltam para casa para abraçar filhos e filhas, sem o pão, de mãos vazias...
Exatamente o econômico transforma o trabalho em objeto de justiça ou de injustiça social. Tanto é assim que sua comemoração se originou, em 1886, quando operários norte-americanos organizaram uma paralização, no dia 1º de maio, para reivindicarem melhores e mais justas condições de trabalho. Em consequência desse movimento, os sindicalistas anarquistas, mártires de Chicago, Albert Parsons, August Sples, Adolph Fischer, George Engel e Louis Lingg foram sentenciados, sem provas, à forca, sendo que este último, antes, não suportando tal injustiça, suicidou-se. Esse exemplo reivindicativo e de consequência revoltante, espalhou-se pelo mundo, especialmente pela Europa.
O Dia do Trabalho não deixa de ser uma comemoração ideológica. Por isso, em alguns países, ela é evitada. Nossos patrícios portugueses só tiveram de volta essa comemoração com o desaparecimento do ditador Salazar e com a vitória do “Revolução dos Cravos”. Já os Estados Unidos adiaram a data para a primeira segunda-feira de setembro para não se relembrar o histórico maio de 1886 e também para não se festejar o trabalho no mesmo dia dos países socialistas. No Brasil, tudo se iniciou em 1917, sob influência da Revolução Russa e desses movimentos sociais noutros países e também da Greve Geral dos trabalhadores brasileiros, cuja força política levou o Presidente Artur Bernardes a decretar o Dia do Trabalho, tendo sempre seu apogeu festivo durante a “era Vargas” (1930 – 1945), quando o estadista Getúlio Vargas muito valorizou os direitos trabalhistas a se verificarem na elaboração da CLT, hoje reescrita ao contrário... Só merecem o Dia do Trabalho aqueles que trabalham e os que lhes é negado as justas condições ou o direito de trabalhar. Quando se nega a alguém o direito de trabalhar, nega-lhe também o de comer, o de morar, o de se vestir e o de sustentar a família; ultraja-se ou ofende-se gravemente a dignidade humana. Ninguém deseje sofrer tamanha indignação.