GOVERNO VAI PLANTAR SOJA NOS CAMPI UNIVERSITÁRIOS (?!...)


O governo nomeou para gerir o Ministério da Educação
um economista que não entende de orçamento.  Talvez entenda de soja.
E qual foi a sua escola, ministro?...  A mídia já comenta suas notas sofríveis do ensino médio à faculdade.  Sei que você já está acostumado, mas sua nota à frente do Ministério da Educação está bem abaixo de sofrível.  Ora, ministro, qualquer estudante de economia sabe que as verbas apropriadas para este ano de 2019 (Orçamento da União) foram definidas e aprovadas pelo Congresso em 2018.  Tem mais: o mesmo Orçamento da União para o ano 2019 foi homologado pelo atual presidente, após alguns vetos sugeridos por sua equipe econômica.  Homologou, homologou, não tem mais que 
ficar tocando ou trocando as pedras ! ...   Qualquer mexida no O.U./2019, agora, o país aprendeu que não é nada menos do que uma PEDALADA FISCAL.
Todos falavam mas quase ninguém entendia o que era exatamente uma "pedalada" no Orçamento da União.  Está aqui um exemplo: mexer na conta de um setor para tapar o buraco de outro setor, ou para atender a alguma nova necessidade, é ilegal e se constitui crime de responsabilidade.
Vamos logo analisar os casos mais recentes e conhecidos, ministro:
01) Sem a imprescindível previsão orçamentária, o governo elevou em 65%, este ano, as despesas de publicidade, principalmente propaganda de seus programas pelas TVs (é bom que se diga que se trata de um aumento de 65% em relação aos gastos publicitários do governo anterior).  Sinceramente, eu só não sabia de onde essa verba extra sairia, de qual ministério ela seria remanejada.  Somente agora chego a uma constatação: verba (altíssima) retirada da já combalida verba destinada à educação.  Estarei eu equivocado, Datena?  Estarei mentindo, Edir Macedo?.
02) Também sem a imprescindível previsão orçamentária, o mesmo governo inflacionou as emendas parlamentares (aquela grana que cada parlamentar destina às suas bases eleitorais). Consultando o Portal da Transparência, vale registrar a evolução dessas emendas em plena crise econômico-financeira:
2014/15 (7,85 bilhões); 2015/16 (9,6 bilhões);  2016/2017 (13,08 bilhões), quando o governo Temer começou a negociar o arquivamento do processo que o incriminava; 2017/18 (14,08 bilhões), ainda por conta de negociações do arquivamento do processo mais valores empenhados no ano anterior; 2018/19 (14,75 bilhões), muito acima da previsão orçamentária para este ano.  Vale lembrar que, no ano passado, cada parlamentar tinha direito de apresentar emendas (verbas destinadas às suas bases eleitorais) até o montante de 15 milhões de reais.  Este ano, certamente para que votem favorável à reforma previdenciária, o governo elevou esse valor para 25 milhões de reais.  E - atenção! -  o acréscimo de 10 milhões para cada parlamentar estará valendo até o ano de 2022.  Excelente bônus. 
25 milhões x (513 deputados federais + 81 senadores) = = R$ 14.750.000.000,00 (quatorze bilhões e setecentos e cinquenta milhões de reais).  O que me intriga, ministro, é que, olhando o Orçamento como um todo, não dá pra ver de onde vai sair tanta grana, senão das combalidas saúde e/ou educação, assim mesmo por meio de uma baita PEDALADA ! . . .
Como não entendi, eu pergunto:
- De onde saírá tanto dinheiro que não estava previsto no Orçamento da União aprovado para este ano de 2019? 
Claro que vai sair da Educação, sem precisar ser mais detalhista.
Sei que você não vai responder, ministro, mas tudo está muito à mostra pelo seu proceder.  Está evidente que o governo dará mais uma PEDALADAZINHA FISCALZINHA.   E toda essa grana sairá do Ministério da Educação, por que não? !...
Apesar dos pesares, ministro, sabe que você e o seu governo estão certos!?...
Veja:
- Um país que se desfaz de todo o seu patrimônio e sobrevive com a venda de madeira, minérios e grãos (gerando emprego lá fora e desemprego aqui dentro), realmente, não precisa investir em educação.  Pra quê? . . .  Um brasileiro, por menos ilustrado que seja, representa perigo ideológico para a sociedade, segundo os padrões dos direitistas que ora pintam e bordam no poder e que se aproveitam da irracionalidade de seus admiradores. Enganam-lhes com "espelhinhos", como se fazia com os selvagens nos idos de 1500. Para melhor entendimento, "Espelhinhos", modernamente, são os whatsapp e suas odiosas e insalubres fake news.  Não caio mais nessa, ministro.
- E por falar em enganação, fico no aguardo de suas próximas providências no sentido de, conforme seu entendimento, transformar os nossos campi universitários em extensas plantações de soja.  É o óbvio. 
- Ainda  - claro! -, para que as salas de filosofia, história, sociologia, antropologia   (e similares) não fiquem vazias, sugiro reaproveitá-las com a implantação de educativas ESCOLINHAS DE TIRO AO ALVO
Na mosca, ministro!  Pelo que se vê, pelo que se ouve, pelo que se prega, matar, seja bem ou mal matado, dá distinção, pós-graduação, mestrado e doutorado.
Hoje são completados 126 dias de onrevog.  O que a agenda de nossas universidades já desandou nesse curto espaço de tempo, provocando inclusive evasão de renomados mestres, retração de fornecedores, cancelamento ou suspensão de contratos e pesquisas científicas, digo - com absoluta consciência - que precisaremos de mais de uma década para retomar o patamar em que as universidades se encontravam no início deste ano.
Como nossa educação involui (entenda ministro: só pedala para trás), fica aqui registrada minha indignação, por não vislumbrar perspectiva segura para a formação dos meus netos nas boas escolas públicas pelas quais passei.
Termino com um zumbido parecido com a propaganda governamental fútil e inútil que, nos últimos dias, todo o mundo ouviu:
"Pátria aRmada, Brasil





 
Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 04/05/2019
Reeditado em 19/05/2019
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