Eu vestia preto, um blazer do tipo inglês, largo e cheio de botões. Uma calça comprida, reta igualmente preta e sóbria. A blusa era branca com babados rendados, estilo bem clássico para a época.
Era meu primeiro dia na Universidade como professora. Preocupava-me muito ter boa aparência e ser aceita, já que eu era a mais jovem naquela instituição. Lembro-me de revistar os sapatos para ver se estavam limpos e apresentáveis.
Sou uma mulher alta, que veste sapatos 39/40. Por diversas vezes, tive a sombria vontade de ter pés de gueixa. Miúdos, pequenos e naturalmente femininos. Sempre acreditei, e não sei bem o porquê, que pés grandes eram impróprios. No dedo a indefectível aliança de casamento e anel de São Jorge na outra mão. A sala era tipo anfiteatro, grande e vasta e estava repleta.
Não havia ar condicionado e, sim, aqueles enormes ventiladores de teto que mais pareciam aviões sobre nossas cabeças. Minha aula tinha como tema Responsabilidade Civil.
Reparei que alguns rapazes já trajavam ternos, eis que alguns ficavam elengantes enquanto que outros ficavam engraçados e pareciam crianças com roupas adultas. Mas mocinhas também estavam elegantes e sóbrias, algumas, ao menos.
Havia púlpito e a mesa da professora. E um enorme quadro verde, já meio surrado pelo tempo. Mas, eu tinha saudades do antigo quadro negro... E, manejando um giz amarelo escrevi meu nome e a disciplina. Transcorreram três tempos, lembro-me que esqueci de dar intervalo.
E, ao fim da aula, percebi que a pauta de presença contava com oitenta e cinco alunos. E, nem havia percebido que eram tantos. Fechei a pauta, enfiei na pasta igualmente negra feito o traje e, já mirando a porta, suspirei aliviada, pois consegui terminar o dia sem titubear.
Era meu primeiro dia na Universidade como professora. Preocupava-me muito ter boa aparência e ser aceita, já que eu era a mais jovem naquela instituição. Lembro-me de revistar os sapatos para ver se estavam limpos e apresentáveis.
Sou uma mulher alta, que veste sapatos 39/40. Por diversas vezes, tive a sombria vontade de ter pés de gueixa. Miúdos, pequenos e naturalmente femininos. Sempre acreditei, e não sei bem o porquê, que pés grandes eram impróprios. No dedo a indefectível aliança de casamento e anel de São Jorge na outra mão. A sala era tipo anfiteatro, grande e vasta e estava repleta.
Não havia ar condicionado e, sim, aqueles enormes ventiladores de teto que mais pareciam aviões sobre nossas cabeças. Minha aula tinha como tema Responsabilidade Civil.
Reparei que alguns rapazes já trajavam ternos, eis que alguns ficavam elengantes enquanto que outros ficavam engraçados e pareciam crianças com roupas adultas. Mas mocinhas também estavam elegantes e sóbrias, algumas, ao menos.
Havia púlpito e a mesa da professora. E um enorme quadro verde, já meio surrado pelo tempo. Mas, eu tinha saudades do antigo quadro negro... E, manejando um giz amarelo escrevi meu nome e a disciplina. Transcorreram três tempos, lembro-me que esqueci de dar intervalo.
E, ao fim da aula, percebi que a pauta de presença contava com oitenta e cinco alunos. E, nem havia percebido que eram tantos. Fechei a pauta, enfiei na pasta igualmente negra feito o traje e, já mirando a porta, suspirei aliviada, pois consegui terminar o dia sem titubear.