“A Persistência da Memória” (BVIW)

A passagem do tempo é misteriosa e inevitável... lembra-me uma surreal ampulheta na qual a areia foi substituída por imagens de pessoas, paisagens e cenas que ficaram impressas nos porta-retratos que guardamos emoldurados pelas lembranças.

Os ponteiros dos relógios não voltam atrás, mas com a magia do coração, podemos ter a sensação de rever amores, lugares e até sentir aromas especiais, voltando no tempo, exercitando a imaginação, repleta das histórias de vida, delicada colcha de retalhos, tecida com emoção, saudade e carinho.

Ainda referindo-se aos relógios, gosto muito de uma das telas de Salvador Dalí "A Persistência da Memória" (1931), pintura realizada em menos de cinco horas, medindo: 24 cm x 33 cm, em óleo/ tela, apresentando alguns relógios que aparecem derretidos, retorcidos, como se as horas se amoldassem aos outros objetos da composição. Incrível observá-los e sentir a contagem das horas deixando-se levar, sem pressa, mas continuamente pela memória.

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