“SÍNDROME DE PERU DE NATAL”.
Antigamente ... hoje “SÍNDROME DE PERU DE NATAL”.
O ditado dizia: - Quem morre na véspera é peru de natal,
As coisas se modificaram. Hoje o peru de natal morre, meses antes e vai para o congelador.
Quem está morrendo na véspera é o ansioso.
Dizem os estudiosos que a doença do século vinte e um será a ansiedade. É um afã perturbável do querer ter, sem esperar o tempo de ter. Pessoas estão perturbadas acreditando que o tempo não está suficiente para fazer isto ou aquilo. No dia a dia a correria está crescente que vai contagiando a todos.
Alguns estão escorregando para a depressão pela não conquista do fácil e do impossível.
Canta-se: - Ando devagar porque já tive pressa... dizem ser uma bela canção, mas não se entende a mensagem da música. Aliás, as pessoas por causa da ansiedade não estão entendendo muita coisa nos dias de hoje. Dizem que belas são as músicas que retratam momentos tristes de suas vidas pois, trazem recordações de momentos que não deveríamos recordar. A música deveria ser uma constante manifestação de alegria no ser humano e não recordações de momentos tristes.
A tradição religiosa de celebrar missa de sétimo dia, mês ano e anos dos falecidos é um exemplo da cultura do sofrimento. O celebrante vai fundo, cava um buraco emocional que faz os presentes adentrarem-se nos jardins dos prantos. Aí surge o comentário: - Ele era tão bom!
Não escapa do atual a coisa dorida. Seja de traição, de desamor, de saudade.
Melhor para mim a exaltação a beleza do amor, à natureza e as de deboche tipo Dicró, Bezerra da Silva e outras do mesmo cunho cultural. Nós precisamos de alegria e não de tristeza para vivermos melhores.
Quem muito canta e escolhe a dor para viver cada momento de sua vida, alcança a nebulosa tristeza que com certeza traz consigo a ansiedade do querer ter o que não lhe é possível.
O tempo é único e devemos vive-lo aproveitando cada momento em suas peculiaridades. Se estivermos em uma festa devemos festejar o motivo dela. Quer dizer em qualquer lugar o momento é momento de se fazer o que tem que ser feito.
Por esta razão que considerei o velho ditado de que quem morre na véspera é peru de natal.
Hoje os ansiosos estão vivendo a síndrome do peru de natal.