Embaraçoso, Cômico... senão Trágico

Já se passavam duas semanas sem que ela o visse. Procurá-lo ou não? Dizer que a saudade bateu? Talvez! Exitava, porque o silêncio perdurava entre os dois.

O afastamento dessa vez se deu de forma dolorosa e ela, ainda que saudosa, temia ceder ou não dar o"braço a torcer". Sua amiga parece ter recebido um sinal. Hora de quebrar o gelo! Por que não, mulher? Dias passando e ela ficou em seu canto. Sabia que um tempo era necessário até passar a mágoa.

Final de semana chega e saudade só aumenta. Seu companheiro de verdade de dia e de noite. Vale lembrar que como bom roqueiro tem ouvido MPB e também sertanejo. Quanta transformação é capaz de fazer o amor!

Resolve fazer uma surpresa. Pois bem, lá vai ela, sem avisar, ao sítio em que ele costuma ficar recluso e pensativo, nesses casos. Pasmem, ela havia antes de sair de casa, experimentado um saboroso molho que fez com viçosas pimentas e que lhe pesou o estômago. Sentiu leve reação...

Ao chegar bem em frente ao portão do sítio, sente que o intestino deu sinal de irritação. Eitaaa, Também ele? E agora? Que fazer? Não visualiza ninguém no sítio que possa abrir o portão para que ela corra, mas corra mesmo ao encontro. Ao encontro? Sim, do banheiro.

Isso mesmo. Aconteceu! Não teve tempo sequer para encontrar uma "moita". Vê uma cerca viva de murta e tenta esconder-se. Tarde demais pra ter pressa. Ali mesmo desabafa. E agora? Que fazer? Passam carros, motos e ela ali, na pose ainda disfarçando ao celular. Melhor que ninguém pare pra perguntar se está tudo bem.

O tempo passando e ela não conseguia organizar o pensamento para encontrar uma solução. Resolveu procurar no carro o que poderia servir pra limpar um pouco aquele estrago. No porta malas só tinha sacolas de supermercado e dai? Se não tem papel a sacola vai socorrê-la. A essa altura tenta contato com ele, que a responde monossilábico. Ixe! além de não estar por perto, nada entendeu, ou não quis manifestar contentamento ao seu sinal.

O pensamento confuso, sabe-se lá se pelo desconforto do que lhe corria às pernas, ou por não saber como sair daquela situação e local. Tentou contato com a filha,que fica perplexa com o embaraço na explicação no apelo. Também não sabia como ajudar se as duas estavam longe uma da outra. Mais interessante é que já havia pensado em tirar seu vestido para cobrir o banco do carro e poder voltar pra casa. Pensou, e se a polícia pára? Vai que a Lei de Murf entra em ação! Só o que faltava!

Enfim, cobriu o banco do carro com sacolas, ficou sem os trajes menores e correu pra casa após buscar sua filha pra abrir o portão de casa e tratar de fazer uma mega limpeza, pois a auto estima já estava no lixo.

Que aprendizado!

Como se diz: " Se não fosse cômico, seria trágico!"

Rir, porque essa é de graça mesmo!

Aurelice Vieira Souza

Aurelice
Enviado por Aurelice em 01/05/2019
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