Novela da vida real com direito a replay do último capítulo. Já sei porque o terra é redonda (há controvérsias), pra poder voltar ao mesmo lugar e ser assistente de si mesmo, vendo o passado nos dar uma rasteira e lá, caídos ao chão, chegarmos ao fundo (do poço e ninguém te tira).

Também pudera era a quarta vez que se via desolado, solitário, no casamento de 35 anos. Desde o segundo ano, já sentia solidão, mas agora era fácil justificar: mulher não ligava mais pra ele, tinha perdido a libido. O garanhão do cabelo pintado de preto subiu no seu Camaro Vermelho sem placa e com uns reais na mão (arma poderosa que derruba até dragão) saiu à caça. Animal print era a onda, bora descolar uma oncinha, uma zebrinha ou uma... Cobrinha!

A noite é um criança! Já deixei Mary no aeroporto e por 12 dias terei uma casa inteira só pra mim. Apesar que Cidycleide estará lá, mas eu prometi que nunca mais comeria soremesa em casa. Com aqueles seios fartos e aquela anca até quebraria essa promessa. Será? - pensou

Pegou o celular e ligou em casa perguntando se ela estava com fome, afinal tinha chegado da faculdade e não tinha nada em casa. Ela agradeceu e disse que faria um caldo para quando ele chegasse.

Um caldo daria você! Tomaria inteiro, lambendo os beiços. Vou pra casa, sei não, estou com um ótimo pressentimento.

Partiu no seu carrão rumo à sua mansão, chegando lá, estava Cidycleide com um pijaminha tipo exportação, da China, com uma estampa de cobra distorcida. Ele arrumou logo um motivo para vê-la tirá-lo, então acidentalmente, coitado, parecia tomado por Mal de Parkison, derrubou o suco de laranja sobre a mesa escorrendo por sobre o corpo da mulher.

- Desculpe, desculpe. Você trouxe roupas?
- Não Luciano. Está tudo bem. Vou lavar rapidinho e colocar pra centifugar. Até a hora de dormir estará pronto.
- Veste este de oncinha da minha filha, deve servir, o corpo é parecido.
Fez de despretencioso, perdeu a fome, coitado.

Na primeira oportunidade o corte em 3D: - Luciano, respeita a Mary. E eu também, você não está valendo nem esse carrão vermelho. Sossega esse facho. Vai socar alho em pilão de café. 
Foi dormir irritado, quem era "essazinha".

Acordou afobado, sonhou que morria eletrocutado. Levantou suando e foi na cozinha beber algo, lá um bilhete da Cidy; - Juízo, Seu Luciano. Volto na sexta-feira. 

Abriu o portão do curral e o Touro estava solto. Partiu contatinhos. Lembrou da Amanda, amiga da Luana, sua ex amante que morreu num acidente trágico (foi a única que balançou o seu coração de balão), deu para ela ua loja, casa, carro, mas a vida fez o papel de afastá-la. Luana estava bem assanhadinha e aceitou o convite: a noite era uma criança- Parte II.
E lá tudo deu certo. Luana estava na pista para negócio e vendia até a alma em palito de churrasco, carne boa, nova. Estragada.

 
Mary voltou estonteante de sua viagem. Estava feliz e realizada.
Passaram-se alguns meses, e lá estava o casal de pombinhos festejando o níver de casamento quando o irmão de Mary, depois do 7° copo, soltou: - Vai ser mãe de aluguel? Ela, ofendida, já foi pra cima querendo saber da ironia e para sua surpresa: O seu marido havia enngravidado a sua cabelereira, Luana. Quebrou o celular, bateu nele enquanto a plateia assistia as gritos: olé, olé. Chorou copiosamente. Mandou ele pra fora da cama. Pediu o divórcio, mas desistiu, era seu karma.

Meses depois do perdão tácito, Mary surtou. Pegou todos os imóveis que estavam em seu nome, duranre 35 anos e saiu doando para as pessoas do Centro Espírita que fazia parte. Era só pedir que dava. Era uma boa cristã.

Quando Luciano soube, chamou o Doutor Felipe de Almeida Prado para arrumar uma forma de comprovar que Mary não estava usando bem a sua capacidade,  geral sabia que parecia louca. Dr. Felipe tentou um atestado de insanidade mental junto ao psiquiatra da família, mas não deu! Disse que nunca a viu tão bem. Tentou outros, mas nada reverteu a doação de 5 imóveis e uma graninha da conta.
Mary e Luciano continuavm habitando o mesmo lar e faziam planos para o futuro quando enfim, Mary resolve se abrir: - não deu, quero me divorciar. Luciano mesmo arrependido, aceitou a vontade de Mary que parecia estar fora de órbita, tamanha maciez na fala e cuidado no tato, audiência leve e cada um com a metade que lhe pertencia.
Ao se despedir, certo de que a casa ficou com ela, já estava morando num apartamento desde o pedido, Mary acena para ele e ri com sarcasmo perguntando: Como está seu filho?

Meses depois, ao encontrar a dona da imobiliária que cuidava de seus imóveis recebeu a notícia de que os antigos imóveis que a ele pertenciam estavam sendo vendidos pela corretora pelo dobro do valor a ele empregados na aquisição. Ele mais rápido que The Flash perguntou: de quem são? 
- Da Mary.

Ele ciente do golpe praticado pela ex invadiu a casa dando de cara com a amante sentada ao sofá com seu filho e quebrandd móveis, tentou agredí-las.

Ela plena, chamou a polícia e o psiquiatra e ele foi internado na clínica do Dr. Júlio com surto psicótico, tendo sido nomeado o filho, sócio para cuidar dos negócios (o filhinho da mamãe).

No dia da visita, enviou um bilhete pelo filho, contendo as seguintes frases:
"Louca de pedra em terreno de Sião curando alma de garanhão. Apelou, perdeu! Doador de semên. Pisou foi? Mas eu levantei. Agora corre."

Mais vale uma mulher traída na mão que duas tramando. Animal print é onda! Cuidado, derruba. Oncinha não! Deu zebra.

 
 
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 30/04/2019
Reeditado em 30/04/2019
Código do texto: T6636028
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