À vista da verdade, caiu! Era essa a definição literária mais concreta que resolveu dar ao seu AVC cerebral isquêmico: a “veinha” estava cansada de receber um fluxo tão contaminado. Não era muito adepta de coágulos, preferia um sanguinho ralo, fininho, logo, sentiu o drama e cuspiu. Resultado: uma provocação lenta e pavorosa da morte que não vingou e por despeito aparece de vez em quando, fazendo umas caretas. Nesta hora, lembra do remedinho, tão odiado por ser controlado e controlador.

De uns tempos pra cá anda meio esquentado: panela de pressão com pouca água. Se não bastasse uma, tem duas "encrencas" para lembrá-lo que o silêncio é arma poderosa: mulheres, oh mulheres! Tão imprescindíveis e tão desnecessárias, na mesma proporção: Esposa e sogra. Esta última, anda meio aventureira no mundo do faz de conta: pensa que o Christian Grey é invisível e vive correndo atrás dele, boba nada, vive à flor da pele.

Outro dia, entre uma insônia e uma quase morte (o sono é bem traiçoeiro, no caso dele) teve uma espécie de premonição: estaria ele entre os maiorais do cenário político nacional, balançando uma bandeira verde e na cabeça um turbante feito com a bandeira do Brasil. Como é espirituoso e não gosta de ser intransigente com sua mente, filiou-se ao partido verde. Paga uma cotinha em suaves prestações com gosto de eternidade e investimento na bolsa para dar voz a quem era silêncio: Amoedo, a moeda, amoedar... A 25 de março não chega no topo do 30 que doa (a quem doer). Tudo isso, por um jeans surrado? Mas a marca está em construção, é incentivo.

Brasileiro nato, o tipo carioca efervescente, se colocar num copo com água gelada, espuma, não adepto do carnaval por causa dos bichos que ele mata, fica feliz por ter saido bem cedo do Rio para morar na terra da garoa, na época, hoje a poluição tirou dela o título. Mas tudo bem, amargar ar a posição de centro comercial da região sudeste, foi uma troca justa, não?

Um transplante de coração o devolveria a juventude roubada pelos setenta de novo, bem vividos, mas o parça, entraria numa fila gigante, cheia de prioridades e não estaria entre os primeiros, não tem vaga especial pra idosos e, pior, já é "previdente", com um pezinho quente no exílio, que tirou de letra e fez virar críticas letradas contundentes dispostas em gota gotas.

Amante da leitura e da escrita, tem um caso de amor secreto, mas é bem resignado quando assume que daqui a bem pouco será bisavô.
- Mundo vasto mundo, porque envelheço e não embalsamo pela eternidade terrena?
Seria uma boa pedida. Não mais que um vinho do porto, gelado, vendo o caos e o cais. 
Mas se depois de tudo, não sobrar racionalidade e sanidade, na balança do equilíbrio, Eutanásia na veia, sem nenhum remorso, vida que segue, peso só o da idade...

O menino próspero que acertou em vida (não na vida, feito loteria premiada) escolheu um abrigo para colocar seu humor ácido, atrelado à autenticidade, lá no seu Recanto, as letras fazem dele um escritor com um diferencial capaz de marcar a sua identidade com uma tatuagem que não o define, mas o caracteriza.

Entre sonhos e pesadelos, deste alfaiate de um paletó inteiro, com corte preciso, caimento impecável, está a gratidão pelo pagamento (que o dinheiro  não paga), por uma crítica talvez, bem endossada.

Por trás de quem escreve tem um mundo girando e um bobo olhando, digo, tem olhos bombando até quando marejados, se despedindo das angústias da alma.
Copiou? Perdeu! Sem autenticidade. Plagiou...

Por trás da tela de um computador têm dedos humanos, teclando na alma, de quem vê na crônica um navio, mas temendo o iceberg muda a direção. Nem todo navio é o Titanic! E nem todo escritor naufraga, alguns emergem...

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Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 29/04/2019
Reeditado em 29/04/2019
Código do texto: T6635352
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