"Liberatori"

(Este texto é uma homenagem à Força Expedicionária Brasileira - FEB, destacando a sua conquista do dia 29 de Abril de 1945, e às memórias do meu pai - 03/07/1939 a 03/05/2018)

"ETERNA GRATITUDINE AI LIBERATORI."

I would like to travel to the place where the Brazilians are called "LIBERATORI" (liberators).

This place is in the northwest and north region of Italy. It is a very beautiful region with a lot of nature and natural beauties and with a hospitable and receptive people.

In this region the Brazilians are called "LIBERATORI" because during the Second World War, the Brazilian soldiers conquered and occupied these places freeing people who were subjugated by fascism and Nazism.

I am a descendant of Italians.

When my dad was a little boy he lived the horrors of war. He told me lots of stories and he always talked about the deafening noise of bomb blasts.

A curiosity that occurred in those days is that the fascists told the population that the Brazilian army was hostile and that black soldiers ate children. The Brazilian army had many black soldiers.

My father had never seen a black man, and when he saw the first one he was afraid.

But with living he discovered that Brazilian black soldiers were very amiable, gentle and worried about the health of Italians children.

My father told me that the Brazilian soldiers shared the food with him and made many jokes to cheer and warm because the winter was very cold.

I would start the trip through the province "De Luca" spending the first few days in the city "Camaiore". I think my family must have originated in this province.

In "Camaiore" I would rent a motorcycle to start the journey to "Fornovo".

By motorcycle I would travel through the cities: "Monte Prano, Monte Castello, Castelnuovo, Montese, Zocca, Collechio, Fornovo" and others along the way.

On this trip I would talk to the people, taste the food and the wines, visit the museums and monuments dedicated to Brazilians soldiers and also visit the castles, churches and monasteries and other interesting places.

In "Fornovo di Taro" I would end my trip by motorcycle.

A Great Conquest:

In this "comuna" ("comuna" is the same of town), "Fornovo di Taro", another great feat of the Brazilian soldiers happened - on April 29, 1945 - when they imprisoned fifteen thousand enemy soldiers.

It was an unprecedented event in that war, an entire division of the German army rendered to the Brazilian soldiers.

After visiting "Fornovo di Taro" I would go to "Milan" and then to "Rome" to end my trip.

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Este excelente artigo - “LIBERATORI” – Heróis brasileiros na 2º Guerra Mundial - do Sr. Luiz Padilha ( https://www.defesaaereanaval.com.br/aviacao/liberatori-herois-brasileiros-na-2o-guerra-mundial ) contém ricos depoimentos de italianos que conviveram com os soldados brasileiros:

Todos os depoimentos são enriquecedores e emocionantes, e vão ao encontro dos relatos do meu pai. Dentre tantos destaco estes:

"Giancarlo Maciantelli, que encontrou os brasileiros em Granaglione, confirma: “A propaganda fascista tinha colocado em nossa cabeça algumas teorias… e tinha as tropas de cor, que foram marcadas, definidas… Disseram que eram selvagens. Bem… essencialmente, disseram que comiam crianças, para podermos entender. E, portanto, no primeiro contato com essas tropas de cor, brasileiras, houve um pouco de desconfiança: as mulheres se trancavam em casa; nós, crianças, procurávamos permanecer longe. Depois, notamos que eram soldados de bom coração, tranquilos, cordiais, que procuravam as crianças para dar carinho, para dar chocolates…”.

Maciantelli reforça a integração entre os italianos e os brasileiros que, ao invés de dormirem nas trincheiras geladas, ficavam nas casas: “Ali nos contavam um pouco de suas famílias no Brasil, da saudade, que era muita. Uma vez estabelecida a confiança, se desencadeava toda aquela alegria brasileira, que podia aparecer de uma caixa de fósforos… tum, tum, tum, tum, tum, tum… a bater em panelas de alumínio, de lata, com bastões, para fazer um pouco de ritmo. Era uma diversão, um passatempo. Ao sentirmos esta cordialidade, a gente se ligava mais e mais a esses soldados. Não existia mais o medo… dos negros que comiam crianças, como nos diziam os jornais fascistas”."

"Giuliana Menichini diz que a vida na guerra é como uma medalha; tem sempre dois lados: “não é tudo negativo e nem tudo é positivo; porém, naquele período prevaleceu o medo, o sofrimento”. A primeira impressão que teve dos brasileiros foi muito boa, sobretudo de retomada da liberdade. Giuliana compara outros soldados aos brasileiros: “A diferença é que os brasileiros não davam… eles dividiam! Se tinham café, levavam café em casa… se tinham chocolate, levavam chocolate em casa… o mingau, o pão branco. Era uma divisão, o que era muito diferente. Era como confraternizar com os brasileiros; eles se integraram logo à família; acredito que a origem latina ajudou. Era uma convivência muito boa; familiar”."

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Por esses motivos, o meu pai, as minhas tias, os meus tios, o meu avô, a minha avó e os soldados da FEB são meus eternos heróis. Muita gratidão a todos.