DIVAGAÇÕES DOMINICAIS.
A vida é bela!! Uma frase que certamente, cairia bem para o título de um livro de autoajuda. Nada contra esse gênero de leitura. É bem-vinda, à medida em que nos alivia o peso da existência. É bela a vida? Sim, pode ser. Mas sabemos, não é só isso. Essa visão simplista da vida, creio eu, está um pouco além da nossa capacidade perceptiva de como a vida se apresenta. Felizes, aqueles que conseguem simplificar o viver, penso ainda estar no começo do caminho...Complicamos o simples? Muitas vezes, sim.Como também, descomplicamos o complicado. Somos um complexo tobogã de amontoados sentimentos, emoções e comportamentos, infinitamente, distintos e ao mesmo tempo, únicos. Tenho aprendido e tentado na prática, não julgar, não impor ao outro, a minha verdade. Às vezes, sem a menor intenção, magoamos alguém. Fazemos sofrer aqueles que nos querem bem e acabamos por nos machucar também. Essa diversidade, complexidade e profundidade de poder sentir, nos enriquece, traz à tona, nossa essência do bem, vez ou outra, adormecida. Corta-me, por exemplo, o coração, quando um filho, já crescido, deita em meus ombros, e chora suas mágoas...foi-se o tempo, em que eu podia pegar no colo, colocar a chupeta em sua boca e cantar uma canção de ninar, até que pegasse no sono e dormisse feito anjo. Mas ao mesmo tempo, em que ofereço o ombro, sei que, de certa forma, o sofrimento irá torná-lo mais forte. E ele saberá viver um dia de cada vez. Dói-me à alma, saber que muitas histórias, de amor, inclusive, chegam ao fim, algumas até, sem nem ao menos terem começado... A vida segue. Pensar é importante, assim como o agir também. Lembrando sempre que a vida, pelo menos essa que conhecemos e na qual estamos inseridos, é misteriosamente curta. Dharma, Karma, Destino, Livre Arbítrio, e tantas outras formas de olhar a vida, fazem parte do caminhar. E considerando a brevidade do viver, deixo aqui, o meu pedido de perdão, se consciente ou não, de alguma forma, eu tenha magoado ou feito sofrer àqueles a quem eu amo e também àqueles que pouco me conhecem ou conheceram. Será que conhecemos a nós mesmos? Somos seres previsíveis? Penso que não. Tentamos lidar com as situações da melhor forma possível, mas nunca teremos , na verdade, a certeza da nossa reação diante de determinadas situações. Seguimos, buscando, sofrendo, amando, errando, acertando e sendo felizes, também. Driblando e tentando o equilíbrio na dança da corda bamba.
Elenice Bastos.