Omnia tempus habent
O homem é o arquiteto de sua própria fortuna, o idealizador de seus direitos, é aquele que controla a natureza. O homem necessita estar protegido do mal para ter poder sobre o bem, e dele se apropriar e distribuir conforme seus interesses.
A purgação civilizatória está de sobrevoo no planeta, está expurgando o que é estranho à essência, o que corrompe o estado natural entre espírito e corpo, que derruba a prudencia e ergue a tragédia.
Tudo tem o seu tempo, há tempo para tudo. Na transição, o excremento é servido no prato, e os anfitriões recebem seus convidados para a ceia. No cardápio: neoliberalismo, fascismo, autoritarismo, guerras. Na sobremesa eles servem racismo, homofobia, machismo, milícia, xenofobia.
Uma orquestra de seres subterrâneos vomitam e evacuam no picadeiro, fazem a festa para os 'dentes amarelos', homens ricos e desafortunados ao mesmo tempo; fortes e derrotados, indubitavelmente, porque o cheiro de seus intestinos não vão permitir que caminhem impunes.
O trauma desse tempo vai provocar tsunamis de arrependimentos naqueles que penetraram na orgia, que pensam que estão se divertindo, mas que só estão ali para servirem de tapete, de privada, de veneno, de lixeira.
Quando a luz acender e todos se virem despidos, as ruas estarão tomadas de esperança. Os canalhas tentarão sair de seus purgatórios e serão engolidos e digeridos pelos seus demônios. E, então, uma gargalhada soará eternamente em seus ouvidos.
Ricardo Mezavila.