Impossível Esquecer
Há pessoas que acham (inclusive amigos meus) que sou alguém muito radical. Em parte é verdade. Confesso que a minha aversão e ojeriza à perseguição seja resultado de algumas espécie de traumas, experiências doloridas, violências que vivi e presenciei e que me marcaram profundamente.
Sim, durante a minha infância e adolescência vi meu pai, na cidade de Arcoverde (Pernambuco), ser perseguido, discriminado e preso apenas porque defendia o socialismo. Porque defendia as suas ideias. A nossa casa foi invadida ene vezes. Bastava haver algum "buruçu" no sul do país e, pronto, nossa casa era invadida. Mais pelos tiras da polícia, sebem que o Exercito também tenha feito o mesmo. Invadida e, em alguns casos, a casa foi até saqueada. Os defensores da "civilização cristã e ocidental", alem de desarrumar tudo, ainda surriavam objetos. Certa vez um dos invasores roubou um relógio e um colar da minha mãe. O mais ridículo (e trágico) eram as apreensões de livros, até os romances da "Coleção Azul" (romances de moças) eram levados com romances de Jorge Amado e Graciliano Ramos, a´té livros espíritas de meu pai (era comunista e espírita) levavam ou roubavam. Uma vez um tira mais serviçal, parece que era do Exército, achou um retrato de Luiz Carlos Prestes e, excitado, frenético, num frisson danado, estava até babando gritou: "Achei! Achei o retrato do comandante dos comunistas!". Minha mãe falou em cima da bucha para o meganha: "Deixe de ser besta, você entrar na casa de um comunista e não achar um retrato de Prestes e o mesmo que entrar numa igreja e não encontar uma imagem de Cristo". Minha mãe era católica fervorosa, mas muito positiva.
Mas as perseguições não se limitavam apenas às invasões da polícia e do Exercito ou as prisões do meu pai. Havia também a discriminação odienta. Nos temos da "caça às bruxas" era como se nos fôssemos portadores de alguma doença contagiosa. Quase todos fugiam de nós, éramos discriminados nos colégios, clubes, em todo canto. Alguns irmãos meus ficavam meio revoltados e até brigavam, eu nunca briguei, mas reagia de outra forma. Sempre afirmava em qualquer lugar quando me sentia discriminado: "É melhor ser filho de comunista do que de ladrão e de corno, se continuarem com essa putaria vou divlgar os nomes dos ladrões, cornos, putas e até de ricos que na mocidade foram viados. Era remédio santo. Acabava a discriminação, me chamavam até para tomar cerveja. Mas que era um tempo dificil era. Mas descobri algo, todo provocador é covarde. Inté.
P.S. O astrólogo e Guru de zero um, zero dois e zero três, Olavão, reagiu contra o vice Mourão, chamou-o de moleque analfabeto. Não entendo nada da doutrina de direita, mas isso contribui em quê para o debate democrático. É exemplo para a juventude? Não sei, mas acho que o general não deveria nem tmar conhecimento. Tdo mundo sabe quem e o moleque.