DE VOLTA PRA CASA
(pequenas crônicas do cotidiano)
Outono no Sul.
Tardes de abril, dias um pouco mais curtos.
Quase dezoito horas de uma terça feira de céu indeciso.Carrancudo além das montanhas e alguns rasgos azulados tentando abrir passagem no outro extremo.
Cidade quieta,encolhida...Faz um friozinho básico por aqui.
Como faço todos os dias,vou tomar a condução que me leva pra casa,num ponto ao lado da antiga estação ferroviária.
Por conta disso preciso andar bem mais de dois km,mas o faço sempre com prazer renovado.
No percurso vou deparando com tipos humanos dos mais variados.Alguns sorrisos vibrantes,outros anêmicos e descorados feito rosas da estação (que florescem por teimosia),alguns cumprimentos,vez e outra um cafezinho na panificadora do Alcides, local onde,com ouvidos bem aguçados,pode-se pescar algumas "novidades".
De resto é a pasmaceira,a solidão dos passos,as caras pouco animadas dos vendedores das lojas do centro,algum mau humor de motoristas estressados.
Em compensação,numa das esquinas centrais,num sobrado onde funciona uma tradicional loja de tecidos,um antigo,mas bem cuidado jardim ostenta umas palmeiras e duas araucárias enormes.Nos galhos das mesmas,profusão de pardais proporcionam o espetáculo da sinfonia ao entardecer.
Impossível é não sensibilizar-se com tamanha beleza.
Hoje,não obstante (boa essa,né) a sinfonia dos miúdos,uma revoada de curucacas cruzara o céu em retorno, com suas cantilenas melancólicas.
Eu... no trecho, chutando latinhas de cerveja,pensamentos tolos,inconsequentes, voejantes...
Na rua da estação acendem-se as primeiras luzes.Sentado num banco observo o burburinho e o celular toca.
Do outro lado a voz aveludada da polaca indaga-me se está tudo bem.Depois acrescenta:Estou cozinhando pinhões!
Me derreto.
Sintonizo a Cultura FM e Elvis fecha com chave de ouro a minha tarde.
Ah! Estas tardes de abril...
Clic no link e entregue-se :
https://www.youtube.com/watch?v=RxOBOhRECoo
(pequenas crônicas do cotidiano)
Outono no Sul.
Tardes de abril, dias um pouco mais curtos.
Quase dezoito horas de uma terça feira de céu indeciso.Carrancudo além das montanhas e alguns rasgos azulados tentando abrir passagem no outro extremo.
Cidade quieta,encolhida...Faz um friozinho básico por aqui.
Como faço todos os dias,vou tomar a condução que me leva pra casa,num ponto ao lado da antiga estação ferroviária.
Por conta disso preciso andar bem mais de dois km,mas o faço sempre com prazer renovado.
No percurso vou deparando com tipos humanos dos mais variados.Alguns sorrisos vibrantes,outros anêmicos e descorados feito rosas da estação (que florescem por teimosia),alguns cumprimentos,vez e outra um cafezinho na panificadora do Alcides, local onde,com ouvidos bem aguçados,pode-se pescar algumas "novidades".
De resto é a pasmaceira,a solidão dos passos,as caras pouco animadas dos vendedores das lojas do centro,algum mau humor de motoristas estressados.
Em compensação,numa das esquinas centrais,num sobrado onde funciona uma tradicional loja de tecidos,um antigo,mas bem cuidado jardim ostenta umas palmeiras e duas araucárias enormes.Nos galhos das mesmas,profusão de pardais proporcionam o espetáculo da sinfonia ao entardecer.
Impossível é não sensibilizar-se com tamanha beleza.
Hoje,não obstante (boa essa,né) a sinfonia dos miúdos,uma revoada de curucacas cruzara o céu em retorno, com suas cantilenas melancólicas.
Eu... no trecho, chutando latinhas de cerveja,pensamentos tolos,inconsequentes, voejantes...
Na rua da estação acendem-se as primeiras luzes.Sentado num banco observo o burburinho e o celular toca.
Do outro lado a voz aveludada da polaca indaga-me se está tudo bem.Depois acrescenta:Estou cozinhando pinhões!
Me derreto.
Sintonizo a Cultura FM e Elvis fecha com chave de ouro a minha tarde.
Ah! Estas tardes de abril...
Clic no link e entregue-se :
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