A Maratona

Sob meu olhar.

Há muito tempo, nas primeiras horas de um domingo, lá estava eu, na arena em SP, onde ocorreu a largada da Maratona.Vinha alimentando este sonho, tentar completar os 42 km, nesta que foi minha primeira vez.Vestido a caráter (tênis, bermuda, destacando na camiseta o número de peito), até baixei no meu aparelho celular umas cem músicas.

Uma infinidade de corredores e corredoras povoavam a arena.De todas faixas etárias. Uns correriam 5, outros somente até os 21 e os demais (inclusive) os 42 Km.Um ambiente saudável.Haviam várias equipes usando camisetas distintas daquelas da maratona.Com certeza de outras cidades ou até do mesmo bairro.

Acionado o sinal sonoro, sob aplausos,a equipe de elite foram os primeiros a largarem.Nos primeiros quilômetros o suor já começou a escorrer no meu rosto.Ultrapassei e fui também várias vezes ultrapassado.Em cada posto, parei para hidratar-me...depois caminhava até pegar o ritmo, na base do "trote".Sem forçar muito.Meu objetivo: chegar até o final nem que seja caminhando.

Aconteceu momentos engraçados, durante a corrida, para cortar digamos o "gêlo".Corredores bem humorados, gritavam "Vai curintians". Também gritos levantando os ânimos dos corredores, tipo: "Força" , "Vamos que você consegue".Em determinado lugar pre estabelecido, os inscritos para os 5 km.desviaram para outro sentido.Mesmo assim a avenida parecia um mar de gente correndo.Havia aqueles ,usando as mais diversas fantasias.Pais correndo empurrando nos carrinhos seus filhos pequenos,assim como também corredores empurrando carrinhos com pessoas deficientes.Inacreditavelmente,um corria usando muletas.Pessoas que não se deixaram levar pelo desânimo. Pessoas determinadas.

Era minha estréia em maratona.Até o vigésimo quilômetros estava indo bem, ou melhor "trotando".Foi também nesta quilometragem que assustei, pois 7 entre 10 corredores desviaram para completar a meia maratona.Não faltou-me vontade em segui-los, mas estava determinado ir adiante.Onde conseguiria chegar?

Subimos, descemos, viramos à direita, à esquerda, corremos em ruas e avenidas planas , pareciam sem final.No trigésimo quilômetro, estava exausto.Fui caminhando.Hidratava, retornava a correr lentamente.Escutei todas as músicas que havia baixado no aparelho celular.Foi naquele momento, mesmo com a presença de outros corredores, baixou uma solidão.Uma vontade louca de desistir. Sentia as primeiras fisgadas nas costas. Tinha medo de "travar".Mas a organização deste evento foi perfeita: com ambulâncias médicas e vários pontos de apoio.

Ao chegar no quilometro 41, no Parque do Ibirapuera, vi o pórtico da chegada.Agora tão perto mas pareceu que eu correria uma eternidade para cruzá-lo.Correndo próximo , quatro moças aos gritos:"conseguimos...conseguimos" ,, outra dizia alto..."Não te falei que chegaríamos juntas uhuhuh" .Lá na frente ao cruzar a linha de chegada muitos levantavam os braços agradecendo a Deus por esta façanha.Com certeza, lágrimas devem ter rolado no rostos de alguns.Eu também ao cruzar a linha de chegada, levantei os braços em agradecimento.Foi exaustiva aquela minha primeira maratona.Na esperança que na próxima, tentaria baixar o tempo desta.Seguindo o velho clichê: " o importante é competir"

Concluindo: tornei um viciado em corridas de rua. Graças à uma consulta médica. O médico após analisar meu exame de sangue,disse-me: Seu colesterol está elevado, ou toma comprimidos ou coloca uma bermuda e tênis e vai caminhar.Pena que não recordo o nome deste médico.

eoliv
Enviado por eoliv em 23/04/2019
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