HALLELUIA.
Desaparece na quarentena da Quaresma a “Aleluia”. Na época sombria se vai. Mas volta.
A grande “Halleluia” chega hoje.
“Aleluia”, do latim halleluia, vocábulo hebraico, “louvai a Deus”. O Deus que está dentro de você.
Palavra mais comumente encontrada como uma espécie de antífona.
Está no Apocalipse.
“Depois disso, ouvi no céu como que um imenso coro que cantava: Aleluia! A nosso Deus a salvação, a glória e o poder, porque os seus juízos são verdadeiros e justos.” (Apocalipse 19, 1-7).
Nos tempos da mordaça dos que teriam que tirá-la e a lacram, gritemos: “Halleluia”. E façamos dela uma antífona.
É uma expressão de louvor, glorificando a Deus, por Sua imensa bondade.
Estou caminhando depois de breve corrida de “interval training”, minhas diárias caminhadas de pelo menos oito quilômetros. O corpo pede, a alma requer, oxigenação do espírito.
Estou agora no miolo do comércio de sofisticação a aproximados 500 metros de minha casa.
Em um café de mesas na calçada, tipo bistrô, amigo me vê, levanta e insiste para que sente com ele e uns outros quatro na mesa em que estavam.
Me interrogam com os olhos os desconhecidos. Um já conhecido, advogado, diz que ia sentar ao meu lado para ouvir e aprender. Parece que incomodou alguém para mim desconhecido. O tema era a censura à imprensa. Me perguntaram o que achava, respondi que o mesmo achado por todos, um absurdo. E tocaram a conversa até que disse uma frase de Rui Barbosa que parece que incomodou o mais recolhido, devia ser parente de militar. Falando todos sobre generalidades, eu ouvia, e ele perguntou se “eu me achava inteligente”; do nada. Talvez por ter eu dito que Rui Barbosa afirmou “que debaixo de um quepe dificilmente se esconde uma inteligência”.
Respondi na hora: quem tem que achar ou não são os outros, não sou juiz de mim mesmo. O cara ficou meio quebrado, acabrunhado. E disse entre outras coisas “ você que é advogado..”, e meu amigo falou, advogado não, ele é magistrado. E o cidadão começou a me chamar de senhor, e o cara meio macambúzio, estava de asa quebrada, e eu tive o cuidado de colocá-lo confortável. Eu disse senhor não, você. Respondeu que eu era mais velho. Disse que não parecia, acabei de dar uma boa corrida, você se exercita? Calou a boca.
Hoje é Aleluia, dia de alegria, de todos e todas as idades, sem diferenças ou mordaças, invejas de graça ou arremedos infantis; se aguarda a festa em que a morte morreu, ressurreição, Páscoa.
A sepultura de Jesus estava vazia. Fez morrer a morte. Fez nascer a promessa de um mundo sem maldades.
E disse a ele que continuava a me olhar curioso, que "ninguém tem nada a me ensinar e tenho muito a aprender". Tratei sobre isso aqui. Deve ter pensado, “que pretensão”. Mas não arriscava falar mais nada. Disse que explicava, só aprendo comigo mesmo voltado para o interior QUANDO ELE RESPONDE. Mas ele não responde sempre. E por isso me acho bastante incapacitado. Pudesse explicar de onde vim e para onde vou estaria pleno. Fiz breve dissertação.
Esse é o impasse, NÃO RESPONDE SEMPRE.
E somente em nosso interior encontraremos respostas. E elas não surgem. Se surgem nos surpreendem. Massacre das realidades humanas que hoje correm com a velocidade de guepardos. Ajuntei: não na savana, mas na antena se pode ver, internet, é farto laboratório. Se você for um andante verá o “POR QUÊ?”.
Verá na crueza geral como a que instiga vaidades e torpezas inconfessadas das “invejas” não escondidas que vazam pelas paredes da palavra não vigiada. Quando levantei para ir embora o cara era uma solicitude só.
Todo dia podia ser dia de HALLELUIA.