Paraquedas devia ser trampolim, salvação, ascensão, ressurreição. Uma palavra tão expressiva renegada ao simples conceito de parar as quedas, como se isso fosse uma síntese perfeita.
Paraquedas é algo maior, é uma espécie de consolo de quem viu o amigo cair do parapente e não podia fazer nada para segurá-lo. É a certeza material de quem, tendo pulado do avião, de que vai chegar até a terra. É o enfeite colorido do céu nas tardes de domingo visto pelas crianças soltando pipas.
Paraquedas é vocativo. Poderia ser verbo transitivo direto: pessoas, objetos. Poderia ser adjunto adverbial de tempo (no ar).
É tão emblemático que poderia parar a bolsa de valores na alta do dólar ou parar as avaliações das agências de risco econômico do país;
Poderia parar as quedas, mas jamais as emocionais, tipo cair em si, tão necessário, tão oportuno e tão raro.
Poderia parar as quedas bruscas de temperaturas no inverno, sabotando os gelos salientes investidos na neve que cobre as lages sulistas.
Poderia parar as quedas das escadas da vida em sexta-feiras 13 depois de encontrar o gato preto. As quedas de temperamento também pra equilibrar o termômetro de mercúrio.
Paraquedas podia ser remédio controlado, oferecido na farmácia com receita retida. A prescrição seria: tome todas as vezes que cair, seja no chão, seja na real, na vida. Caiu, tomou, pegou, levou.
Devia ser placa indicativa em vias de trânsito rápido e de acesso não facilitado.
Paraquedas devia ser livro de cabeceira (e-book) com a criptografia voltada para reconhecer uma queda por dentro.
Devia ser ingresso pra visita no céu. Devia ser o porta-voz silencioso da felicidade.
Só sei que queria poder cair e de tapete um Paraquedas.
Paraquedas podia ser aeroporto e rodovia pra segurar a queda da vida, da torre, queda dos sonhos.
Paraquedas podia ser um romance com final feliz ou um conto de fadas. Cairia bem como comédia Stand up.
Paraquedas de cabelo, Henê Maru (por Mutável Gambiarreiro).
Paraquedas podia ser sinônimo de Cachaça de Salinas, para assegurar ausência de autoestima, amor próprio ou platônico e desamor (por Esdras José).
Paraquedas podia ser Tarja Preta pra não deixar à mostra a nudez ou para não deixar cair a ocitocina, a adrenalina (por Dartagnan).
Paraquedas poderia ser tudo em epígrafe, mas se arrebentasse a corda, acabaria a crônica, digo a tônica.
Ah paraquedas, se só salvasse a felicidade já era o suficiente. Mas caiu, do paraquedas.
Paraquedas é algo maior, é uma espécie de consolo de quem viu o amigo cair do parapente e não podia fazer nada para segurá-lo. É a certeza material de quem, tendo pulado do avião, de que vai chegar até a terra. É o enfeite colorido do céu nas tardes de domingo visto pelas crianças soltando pipas.
Paraquedas é vocativo. Poderia ser verbo transitivo direto: pessoas, objetos. Poderia ser adjunto adverbial de tempo (no ar).
É tão emblemático que poderia parar a bolsa de valores na alta do dólar ou parar as avaliações das agências de risco econômico do país;
Poderia parar as quedas, mas jamais as emocionais, tipo cair em si, tão necessário, tão oportuno e tão raro.
Poderia parar as quedas bruscas de temperaturas no inverno, sabotando os gelos salientes investidos na neve que cobre as lages sulistas.
Poderia parar as quedas das escadas da vida em sexta-feiras 13 depois de encontrar o gato preto. As quedas de temperamento também pra equilibrar o termômetro de mercúrio.
Paraquedas podia ser remédio controlado, oferecido na farmácia com receita retida. A prescrição seria: tome todas as vezes que cair, seja no chão, seja na real, na vida. Caiu, tomou, pegou, levou.
Devia ser placa indicativa em vias de trânsito rápido e de acesso não facilitado.
Paraquedas devia ser livro de cabeceira (e-book) com a criptografia voltada para reconhecer uma queda por dentro.
Devia ser ingresso pra visita no céu. Devia ser o porta-voz silencioso da felicidade.
Só sei que queria poder cair e de tapete um Paraquedas.
Paraquedas podia ser aeroporto e rodovia pra segurar a queda da vida, da torre, queda dos sonhos.
Paraquedas podia ser um romance com final feliz ou um conto de fadas. Cairia bem como comédia Stand up.
Paraquedas de cabelo, Henê Maru (por Mutável Gambiarreiro).
Paraquedas podia ser sinônimo de Cachaça de Salinas, para assegurar ausência de autoestima, amor próprio ou platônico e desamor (por Esdras José).
Paraquedas podia ser Tarja Preta pra não deixar à mostra a nudez ou para não deixar cair a ocitocina, a adrenalina (por Dartagnan).
Paraquedas poderia ser tudo em epígrafe, mas se arrebentasse a corda, acabaria a crônica, digo a tônica.
Ah paraquedas, se só salvasse a felicidade já era o suficiente. Mas caiu, do paraquedas.