Saudade do joelho ralado
A saudade hoje me abraçou. Sinto saudade da minha infância, da minha casa e do meu avô. A saudade hoje apertou. Me pegou pela mão e me levou pelo tempo, onde a alegria era fácil, onde ser inocente não era algo ruim, onde as brincadeiras eram só brincadeiras, não existia bullying, nem medo do futuro. A saudade me mostrou os caminhos que percorri, e confesso que fiquei surpresa, porque não andei por estradas retas, muito pelo contrário, eram sinuosas e vez ou outra tive que parar. E mesmo assim eu era feliz e livre. Hoje só me restou a saudade daquele tempo, onde a liberdade era brincar na rua até a mãe vir buscar. Muitas coisas mudaram e vejo que a liberdade foi trocada por celulares e computadores, alguns podem até dizer que é melhor ter o filho dentro de casa do que na rua, mas eu penso que a liberdade é imprescindível. Ter os joelhos ralados, saber brincar de rouba-bandeira, correr na chuva e saber as regras da queimada não é sinal de que você foi livre é a certeza de que você foi criança. Sentir saudade de tudo isso é saber que valeu muito a pena ter todas as cicatrizes dos milhares de tombos que levamos nas brincadeiras e na vida!