Quando descobri esta língua.
A professora Dna Terezinha nos chamou a frente , então meu irmão e eu ficamos diante da classe, envergonhados e um pouco assustados. Havíamos acabado de chegar ao Brasil e tudo era novo, só que não havia tempo para adaptações psicológicas, naquela época já se entrava na vida com ela andando, não haviam estações de embarque.
Estava com quase oito anos e meu irmão um pouco mais velho, duas crianças apenas. A professora colocou o braço sobre o meu ombro e me apresentou à classe , a seguir me perguntou se eu sabia ler, e disse que sim com a cabeça , me pedindo que escrevesse o meu nome na lousa . Então peguei o giz e escrevi devagar ..."José Luiz", como estava no meu passaporte.
Ela disse aos demais alunos que nos recebessem bem, que vínhamos de um outro país chamado Espanha, e que não sabíamos falar português. Creio que nesse tempo o Brasil recebia muitos imigrantes e não era difícil encontrarmos garotos de outras nacionalidades pela escola.
Me lembro que eu só conhecia a palavra "menino", porque era assim que os adultos da rua se dirigiam a nós..." hei , menino", ou na venda ; " O que vai querer , menino ?" , e depois aprendi a palavra "fome", que em espanhol é "ambre", pois sempre perguntavam ; " Está com fome ?" , na tentativa de serem agradáveis .
Havia muita receptividade, o povo era de fato solidário conosco, se aproximavam com gentilezas, tentavam nos mostrar como a vida era por aqui, e assim acelerar a nossa adaptação.
Naquele primeiro dia no recreio, fiquei escondido atrás de um pilar, estava um pouco assustado com tudo aquilo, as crianças nos metralhavam de perguntas "naquela " curiosidade própria da idade, mas não estavamos prontos para responder e mal entendíamos o que perguntavam. O meu irmão com cara de poucos amigos tratava de afugentar os mais insistentes, e com característica de irmão mais velho , me preservava .
Com os passar dos dias a nuvem foi se dissipando e começamos a participar , o que era natural. Não fomos hostilizados em nenhum momento, e perguntávamos bastante sobre as novas palavras, e assim fomos aumentando o nosso conhecimento no idioma.
Embora já soubesse ler e escrever, o " Caminho Suave" nos ajudou muito no aprendizado , foi um livro muito importante, e que guardo no coração com muito carinho .
A professora Dna Terezinha nos chamou a frente , então meu irmão e eu ficamos diante da classe, envergonhados e um pouco assustados. Havíamos acabado de chegar ao Brasil e tudo era novo, só que não havia tempo para adaptações psicológicas, naquela época já se entrava na vida com ela andando, não haviam estações de embarque.
Estava com quase oito anos e meu irmão um pouco mais velho, duas crianças apenas. A professora colocou o braço sobre o meu ombro e me apresentou à classe , a seguir me perguntou se eu sabia ler, e disse que sim com a cabeça , me pedindo que escrevesse o meu nome na lousa . Então peguei o giz e escrevi devagar ..."José Luiz", como estava no meu passaporte.
Ela disse aos demais alunos que nos recebessem bem, que vínhamos de um outro país chamado Espanha, e que não sabíamos falar português. Creio que nesse tempo o Brasil recebia muitos imigrantes e não era difícil encontrarmos garotos de outras nacionalidades pela escola.
Me lembro que eu só conhecia a palavra "menino", porque era assim que os adultos da rua se dirigiam a nós..." hei , menino", ou na venda ; " O que vai querer , menino ?" , e depois aprendi a palavra "fome", que em espanhol é "ambre", pois sempre perguntavam ; " Está com fome ?" , na tentativa de serem agradáveis .
Havia muita receptividade, o povo era de fato solidário conosco, se aproximavam com gentilezas, tentavam nos mostrar como a vida era por aqui, e assim acelerar a nossa adaptação.
Naquele primeiro dia no recreio, fiquei escondido atrás de um pilar, estava um pouco assustado com tudo aquilo, as crianças nos metralhavam de perguntas "naquela " curiosidade própria da idade, mas não estavamos prontos para responder e mal entendíamos o que perguntavam. O meu irmão com cara de poucos amigos tratava de afugentar os mais insistentes, e com característica de irmão mais velho , me preservava .
Com os passar dos dias a nuvem foi se dissipando e começamos a participar , o que era natural. Não fomos hostilizados em nenhum momento, e perguntávamos bastante sobre as novas palavras, e assim fomos aumentando o nosso conhecimento no idioma.
Embora já soubesse ler e escrever, o " Caminho Suave" nos ajudou muito no aprendizado , foi um livro muito importante, e que guardo no coração com muito carinho .